Li críticas que diziam que este era o melhor romance de Paul Auster dos últimos tempos.
Não estou de acordo. Gostei mais de “Viagens no Scriptorium” ou de “As Loucuras de Brooklyn”.
Este “Invísivel” é mais um romance í Auster, em que se cruzam diversas histórias, que têm princípio, meio, mas não têm fim. De facto, o livro termina abruptamente, muito mais que outros, como, por exemplo, “A Trilogia de Nova Iorque”.
Depois, uma das histórias parece-me um pouco forçada. Auster descreve, de modo muito gráfico, as aventuras sexuais de uma irmão e de uma irmã. Se estava com vontade de descrever práticas de sexo oral, ejaculações e orgasmos diversos, não precisava de pí´s dois irmãos a fazê-lo. O incesto em nada melhora ou faz andar a história e parece, apenas, servir para “épater le bourgeois”.
Por outro lado, ao contrário de muitos outros romances de Auster, parece-me que, neste “Invisível”, as personagens não têm muita substância, o que faz com que as histórias, embora curiosas e inteligentes, acabem por soar a pouco verosímeis.
Enfim, achei o Paul Auster em baixo de forma.
Perdoa-me o reparo – não sei se foi intencional o trocadilho – mas é “épater” e não “empater”: será que queremos “empatar” o burguês em vez de o chocar? De resto – muito obrigada, Artur – continuo a rir a bandeiras despregadas com o coiso, há já tantos anos, e ainda aprendo bastante…
Saudades í Mila e restante família e boas festas para todos!
Margarida
Obrigado Guida, pelos elogios e pela correcção. Não foi trocadilho – foi mesmo erro. Claro que é “épater”. Já corrigi.