Em cena, no Politeama, a Grande Revista í Portuguesa é um espectáculo com texto de La Féria e Marina Mota e João Baião como cabeças de cartaz.
Consta que este fim de semana, a sala ficou í s moscas, já que os espectadores foram todos desviados para a sala em frente, isto é, o Coliseu dos Recreios, onde, muito adequadamente, se recreavam os militantes do PSD, em mais um Congresso.
Diga-se que é difícil superar estes meninos em sentido de humor.
O mais engraçado deles todos chama-se Luís Montenegro e foi ele que disse que «a vida das pessoas não está melhor, mas o País está muito melhor».
Concordo!
Eu também disse que a Medicina seria muito melhor se não existissem doentes e a Escola seria óptima sem alunos.
Do mesmo modo, o País está muito melhor – o que atrapalha são as pessoas.
Claro que esta afirmação está de acordo com o apelo de Passos Coelho, para que os portugueses emigrem.
Mas no Congresso, os comediantes sucederam-se.
Nem vale a pena falar em Passos Coelho que, sempre que discursa, consegue arrancar largos e generalizados bocejos.
Falo, por exemplo, do Paulo Rangel, esse grande cómico que vai ser cabeça de lista í s Europeias e que disse que essas eleições «não serão um teste í governação mas sim í liderança do PS».
E eu que pensava que as eleições europeias se destinavam a discutir as grandes questões… europeias!
É que, sendo assim, não valia a pena fazermos eleições legislativas!
Fazíamos as europeias e decidíamos já se o António José Seguro vai ser primeiro-ministro ou não…
E os quadros desta verdadeira Revista í Portuguesa continuaram com a eleição de Miguel Relvas, outro grande cómico, para o Conselho Nacional do PSD e com o discurso de Luís Filipe Menezes, outro comediante, que culpabilizou Paulo Portas por ter perdido as eleições no Porto.
Mas o melhor estava para vir, no último dia do Congresso.
Vieram todos, incluindo os três irmãos Marx: Marques Mendes, Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa.
Cada um ao seu estilo, lá foram dizendo as suas piadas.
Marcelo, então, parecia mesmo estar a fazer stand up comedy, fazendo rir toda a plateia.
Visto de fora, parecia que estávamos perante um Congresso de um Partido que governasse um país rico, um daqueles que empresta dinheiro aos outros!
Estamos mesmo lixados, porra!
Grande tragi-comédia diria eu se não fosse completamente trágico para o povo e o país.