O nosso homem em Bruxelas

Chama-se Moedas, Carlos Moedas.

É o nosso novo comissário na União Europeia. Ainda não se sabe o que vai comissariar, mas parece não ser grande coisa.

Trocos, portanto.

O Diário de Notícias, ontem, prestou um serviço público, divulgando um currículo resumido de Moedas.

Logo no início diz-se que foi “um dos melhores alunos do 9º ano do Liceu de Beja”. Quantos seriam?

Resta saber que tipo de aluno foi Moedas no 10º, 11º, 12º ano…

Acrescenta-se que é “filho do Zé Moedas, um histórico comunista de Beja, cofundador do Diário do Alentejo”.

Se Moedas filho tivesse seguido as pisadas do Moedas pai, talvez fosse agora chefe de redacção do Avante!

O currículo continua com a carreira universitária: Carlos Moedas fez o curso de Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico, terminando em 1993 e “fez o último ano do curso na École National des Ponts e Chaussées de Paris e trabalhou até 1998 na área de engenharia para o grupo Suez Lyonnaise des Eaux, em França”.

Quem diria que um tipo que estuda numa escola de pontes e passeios e trabalha, depois, em água, vem a ser um dos principais negociadores do governo com a troika?

Mais tarde, Moedas integrou a equipa do banco de investimento Goldman Sachs (O Saque do Homem de Ouro, em tradução livre), na área de aquisições e fusões – o que explica como ficámos fundidos…

Aderiu ao PSD em 2009, foi eleito por Beja e nomeado secretário de Estado adjunto de Passos Coelho – uma ascensão meteórica, apenas explicável pelo facto de ser um engenheiro civil e, como Passos é advogado, precisava de alguém que percebesse de contas.

E com um apelido como este, quem melhor que Moedas?

Como diria Eça: uma choldra, menino!

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