Dona Tartt (Greenwood, Mississipi, 1963), é uma escritora norte-americana, autora de três calhamaços com muitos anos de intervalo e sempre com muito bom acolhimemento por parte da crítica.
Publicou The Secret History em 1992, The Little Friend em 2002 e este The Goldfinch em 2013.
O Pintassilgo são 893 páginas densas que percorrem vários anos na vida de Theo Decker.
Theo, então com 13 anos, está com a mãe a visitar o Metropolitan Museum de Nova Iorque, quando acontece uma atentado terrorista. A explosão de uma bomba mata a mãe, destroi uma parte do Museu e Theo, no meio dos destroços, conhece um velho que, moribundo, o incita a levar o quadro de Carel Fabritius, que mostra um pequeno pintassilgo, preso por uma corrente a uma espécie de poleiro.
Theo leva o quadro para casa, embrulha-o numa fronha de almofada e por ali fica alguns dias, até que a Segurança Social lhe arranja uma família de acolhimento. Nas suas deambulações por Manhattan, Theo trava conhecimento com um restaurador de móveis, de quem fica amigo e que, vem a descobrir mais tarde, estava relacionado com o velho que Theo viu morrer no Metropolitan.
Entretanto, o pai de Theo, separado há muito da mãe, decide vir buscá-lo e levá-lo para a sua casa, em Las Vegas. É lá que Theo conhece Boris, um adolescente de ascendência russa, que o inicia no álcool e nas drogas.
O pai de Theo, alcoólico e jogador compulsivo, acaba por morrer alguns anos depois, vítima de acidente e o rapaz regressa a Nova Iorque e procura o restaurador de móveis, ficando a viver na sua casa e ajudando-o no negócio do mobiliário.
E o quadro de Fabritius nunca é devolvido ao Museu, viajando com Theo de Nova Iorque até Las Vegas, e de volta a Nova Iorque – ou assim ele pensa.
E é aí que entram em jogo os traficantes de arte, cenas de acção em Amesterdão e um final inesperado.
Confesso que o livro me parece extenso de mais; algumas partes eram dispensáveis ou poderiam ser encurtadas, como a descrição dos dias que Theo passa no quarto do hotel em Amesterdão, depois de ter morto um bandido, mas parece-me que Donna Tartt deve ser daquelas escritoras que não consegue parar. Aliás, o livro poderia continuar porque, quando termina, Theo deve ter pouco mais de 30 anos…
Recomendo, mas é preciso algum estofo e um bom par de bícepetes, já que o calhamaço pesa quase meio quilo.
Está lá em casa, edição em inglês que não pesa tanto. Espero que o inglês seja acessível…