Segundo o New York Times, citado na capa deste livro, Richard Powers «é um génio da literatura moderna. Brilhante e admiravelmente original».
Não sei se será um génio mas, quanto í originalidade tenho mesmo muitas dúvidas.
A personagem central do livro é um neurologista que, nos últimos anos se tem dedicado a escrever livros em que conta as histórias de doentes neurológicos, daqueles que se esquecem que têm o lado direito do corpo, ou que alucinam vendo crianças, quando olham para a esquerda de um certo modo, ou que esquecem o nome só de certos objectos.
Ora é exactamente isto que Oliver Sacks, por exemplo, faz há muito tempo, nomeadamente no seu livro “O Homem que Confundiu a Mulher com o Chapéu” (1985), ou até mesmo António Damásio, com o seu “O Erro de Descartes”, embora, neste caso, sem a parte ficcional.
Em “O Eco da Memória”, um rapaz do Nebrasca, sofre um grave acidente de viação e entra em coma. Quando recupera, embora não saiba muito bem o que lhe aconteceu, recorda-se de quase tudo, mas é incapaz de reconhecer a irmã e a cadela. É o sindroma de Capgras.
O neurologista é chamado para dar a sua opinião técnica, mas sente-se irresistivelmente atraído por uma ajudante de enfermagem do hospital onde o rapaz está internado. Apesar de ter um casamento longo e bem sucedido, começa a duvidar de si próprio, como homem, como marido e até como médico. Afinal, ele serve-se das desgraças dos outros para fazer fortuna, contando as suas histórias.
Em pano de fundo, o livro vai-nos descrevendo as danças de acasalamento dos grous que, todos os anos, se instalam naquela zona dos Estados Unidos.
Assim, o livro pareceu-me interessante mas não «sem qualquer paralelo entre os nossos romancistas de primeira linha na forma como consegue ligar as novas ambiguidades científicas com as antigas relatividades do coração», como também diz o New York Times.
Tem razão em muito dessa crítica, mas acho que o bom desse livro é justamente que o neurologista não é o personagem central, mas sim um dos três pontos de vista da história. Aliás, as partes do médico nem são as mais interessantes – boas são as do próprio rapaz, de como ele percebe o mundo. Enfim…
Caí aqui por engano, procurando o título em português desse livro. Acho que visitarei mais.
Concordo em boa parte com a critica que faz ao livro. Para mim este livro foi aborrecido, perde-se muitas nas descrições não só dos Grous mas também da vida profissional do Weber, da Sylvie, da Jess (filha de ambos), o final da história não me cativou a minha atenção, posso dizer que fiz um esforço para terminar de ler o livro.
O “eco da memória” livro deixou-me aborrecida.
Ou alguém que me ajude a entender o livro…. deve ser esse o meu problema.
Obrigada. Paula Costa