4 anos sem fumar

Sempre tiver queda para colecionador, ou dito de modo mais correcto, queda para ajuntador.

Juntei garrafas de gin (vazias, claro), selos, caixas e carteiras de fósforos (cheguei a ser filuminista associado), postais ilustrados, mortalhas para cigarros, envelopes timbrados, rótulos de bebidas, relógios de propaganda, canetas publicitárias, moedas e notas, tinteiros… e latas de bebidas, a única colecção que ainda persiste, com mais de duas mil latas acumuladas, ali, numa salinha dos fundos e que está para ser extinta há anos.

E também coleccionei embalagens de cigarros. Ainda tenho algumas dessas embalagens espalmadas e coladas num álbum de recordações: SG filtro, gigante e ventil, Kart (quilómetros de prazer, dizia o slogan publicitário…), Sintra, Porto, CT, Definitivos, Provisórios, Três Vintes, Português Suave.

—Experimentei de tudo.

Comecei aos 15 anos, quando frequentava o liceu Camões, secção do Areeiro. Comprava cigarros avulso, SG filtro (embalagem amarela em cima, e com listas azuis em baixo), numa drogaria por trás do Liceu, a mesma onde comprávamos as bolas de plástico com que jogávamos desafios épicos, nas traseiras do cinema Roma.

Nessa altura, devia fumar 5 ou 6 cigarros por dia. A dose foi aumentando até aos 15-16 diários e assim se manteve, com poucas flutuações. Só a marca foi mudando, fixando-se no Marlboro light, nos últimos anos.

Calculo que deva ter fumado mais de 140 mil cigarros, mas no dia 20 de Agosto de 2007 fumei o último (e a Mila também, claro…)

E nunca mais!

De quando em vez, ainda sonho que estou a fumar e fico perplexo, porque tenho a noção, mesmo a dormir, de que já deixei de fumar. Nesse caso, como é possível que esteja a fumar? Claro que tudo se desculpa porque é um sonho…

Mas já há muito tempo que não sinto, conscientemente, necessidade de um cigarro.

Aliás, ao pensar na possibilidade de fumar um cigarro, sinto uma espécie de náusea.

Parabéns para nós!

 

4 thoughts on “4 anos sem fumar

  1. Um dos teus post sobre este assunto agradecias repetidamente ao Champix o milagre. Um bocado influenciado por isso e por ti aventurei-me e não fumo desde o dia 1 de Dezembro do ano passado. Continuo a ser um ex-fumador e nunca serei um não fumador. Aqui deixo o registo e o modesto agrdecimento faz com ele o que quiseres..

    1. Fico satisfeito por ter contribuído para a limpeza brí´nquica de mais um dos meus concidadãos. E é esse o espírito: um verdadeiro fumador nunca passa a ser não fumador – será sempre um ex-fumador. Por isso, nunca mais pode voltar a fumar nem que seja um único e mísero cigarrito!

  2. dia 7 de agosto perfiz 10 anos de estoica rejeição tabágica. Na época, consumia 40 SGGigante/dia. 60 em caso de serão com copos. Já “coisava” (raramente) de lado, tal era a limitação física.
    Entretanto já dei duas semi-voltas a portugal em bicicleta e já subi í  Torre uma dúzia de vezes. O tabaco é um vício completamente estúpido. É que nem dá uma tripezinha. Só mau-cheiro, despesa e mau-hálito.
    A actual rejeição psicológica é tanta que um cigarro nos dedos de uma mulher, por “mais boa” que ela seja, é razão de exclusão liminar. Cheira seguramente mal da boca….
    Associo-me í  sua efeméride.

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