Sempre tiver queda para colecionador, ou dito de modo mais correcto, queda para ajuntador.
Juntei garrafas de gin (vazias, claro), selos, caixas e carteiras de fósforos (cheguei a ser filuminista associado), postais ilustrados, mortalhas para cigarros, envelopes timbrados, rótulos de bebidas, relógios de propaganda, canetas publicitárias, moedas e notas, tinteiros… e latas de bebidas, a única colecção que ainda persiste, com mais de duas mil latas acumuladas, ali, numa salinha dos fundos e que está para ser extinta há anos.
E também coleccionei embalagens de cigarros. Ainda tenho algumas dessas embalagens espalmadas e coladas num álbum de recordações: SG filtro, gigante e ventil, Kart (quilómetros de prazer, dizia o slogan publicitário…), Sintra, Porto, CT, Definitivos, Provisórios, Três Vintes, Português Suave.
Comecei aos 15 anos, quando frequentava o liceu Camões, secção do Areeiro. Comprava cigarros avulso, SG filtro (embalagem amarela em cima, e com listas azuis em baixo), numa drogaria por trás do Liceu, a mesma onde comprávamos as bolas de plástico com que jogávamos desafios épicos, nas traseiras do cinema Roma.
Nessa altura, devia fumar 5 ou 6 cigarros por dia. A dose foi aumentando até aos 15-16 diários e assim se manteve, com poucas flutuações. Só a marca foi mudando, fixando-se no Marlboro light, nos últimos anos.
Calculo que deva ter fumado mais de 140 mil cigarros, mas no dia 20 de Agosto de 2007 fumei o último (e a Mila também, claro…)
E nunca mais!
De quando em vez, ainda sonho que estou a fumar e fico perplexo, porque tenho a noção, mesmo a dormir, de que já deixei de fumar. Nesse caso, como é possível que esteja a fumar? Claro que tudo se desculpa porque é um sonho…
Mas já há muito tempo que não sinto, conscientemente, necessidade de um cigarro.
Aliás, ao pensar na possibilidade de fumar um cigarro, sinto uma espécie de náusea.
Parabéns para nós!
Um dos teus post sobre este assunto agradecias repetidamente ao Champix o milagre. Um bocado influenciado por isso e por ti aventurei-me e não fumo desde o dia 1 de Dezembro do ano passado. Continuo a ser um ex-fumador e nunca serei um não fumador. Aqui deixo o registo e o modesto agrdecimento faz com ele o que quiseres..
Fico satisfeito por ter contribuído para a limpeza brí´nquica de mais um dos meus concidadãos. E é esse o espírito: um verdadeiro fumador nunca passa a ser não fumador – será sempre um ex-fumador. Por isso, nunca mais pode voltar a fumar nem que seja um único e mísero cigarrito!
dia 7 de agosto perfiz 10 anos de estoica rejeição tabágica. Na época, consumia 40 SGGigante/dia. 60 em caso de serão com copos. Já “coisava” (raramente) de lado, tal era a limitação física.
Entretanto já dei duas semi-voltas a portugal em bicicleta e já subi í Torre uma dúzia de vezes. O tabaco é um vício completamente estúpido. É que nem dá uma tripezinha. Só mau-cheiro, despesa e mau-hálito.
A actual rejeição psicológica é tanta que um cigarro nos dedos de uma mulher, por “mais boa” que ela seja, é razão de exclusão liminar. Cheira seguramente mal da boca….
Associo-me í sua efeméride.
Amen!