Os incêndios de Verão aí estão, finalmente!
Já começava a ficar preocupado. Seria um fracasso abrir-se a época de incêndios e, depois, os bombeiros não terem nada para fazer.
A primeira onda de calor, em Julho, resultou apenas nuns fogachos sem categoria nenhuma. Mas agora, com a entrada de Agosto em cena, os incêndios vingaram. É natural: há mais piqueniques nas matas, mais foguetórios nas aldeias, com a chegada dos emigrantes, mais condutores, nas estradas, a atirarem com beatas acesas para as bermas…
Enfim, a normalidade regressou e o país já está a arder, como convém.
Também é verdade que os telejornais andaram ocupados com os bombardeamentos no Líbano e não tinham repórteres que chegassem para tanta coisa: um do lado de Israel, outro do lado do Líbano, outro a acompanhar os saldos, metade da redacção de férias – não sobrava ninguém para os incêndios.
Mas agora, que a guerra do Médio Oriente já vai no 26º dia, ou coisa que o valha, a malta já perdeu a conta aos rockets do Hezbollah e aos civis que Israel já matou e é preciso outra coisa para animar a malta.
Venham de lá os incêndios, então.
Mas também escusavam de abusar.
Li no jornal que anteontem se bateu o recorde do número de incêndios: foram 546 ocorrências!
546 fogos num só dia?
Cheira-me que as autoridades, sempre que apanham um tipo a acender um cigarro, contam como ocorrência.
E vamos lá vêr se não nos proíbem de fumar no nosso carro.
E os piromanos? Ja se pensou nestes desgraçados? Dez meses do ano em que a chuva e o frio os impede de exercer a sua dedicada função!! Claro que chegados a esta altura os homens estejam aborrecidos! E depois vai de recuperar o tempo, quer dizer os hectares, perdidos!