Com este livro (“The Inheritance of Loss”, no original), Kiran Desai ganhou o Man Booker Prize de 2006. Filha da escritora Anita Desai, Kiran foi a mais jovem mulher a ganhar este prémio, com apenas 35 anos.
Embora tenha gostado de o ler, o livro nunca me prendeu verdadeiramente e não sei explicar porquê. Kiran não nos conta propriamente uma história – antes descreve um retrato de uma região da Índia, junto aos Himalaias e ao Nepal, com as suas tensões sociais e políticas, os resquícios da colonização britânica e a emigração para a América.
A galeria de personagens é rica: o velho juiz Jemubhai e a sua cadela Mutt, a sua neta Sai e o seu explicador-namorado, Gyan, que se torna revolucionário, o cozinheiro e o seu filho Biju, que emigra para Nova Iorque e regressa, ainda mais miserável do que partiu.
Apesar desta riqueza, por qualquer razão, nenhuma das personagens me tocou e penso que falta substância a estas pessoas, para que as possamos levar a sério.