Cavaco Silva, na sua optimista mensagem de Ano Novo: «podemos estar a caminhar para uma situação explosiva».
Nota-se, nestas palavras de ânimo, a verdadeira alma do filho do gasolineiro: se as coisas estão a correr mal, nada melhor do que deitar gasolina no fogo.
Mais lugares comuns da mensagem de Cavaco: «o exemplo tem que vir de cima». De cima? De onde? Do céu? De Deus? De Belém? De S. Bento?
Outro: «é preciso recuperar o valor da família». Qual valor? O do marido alcoólico que bate na mulher e acaba por matá-la? Das famílias que abandonam crianças nas vésperas do Ano Novo? De qual família? Da família “cristã”, em que todos se odeiam em surdina, mas mantêm as aparências perante os estranhos?
O discurso de Cavaco foi tão banal que até teve a aprovação de Carvalho da Silva, da CGTP.
Mas numa coisa estou de acordo com Aníbal: era bem engraçado que Portugal explodisse – em vez da jangada de pedra, idealizada por Saramago, teríamos várias pequenas ilhas portuguesas a vogar no Atlântico e, finalmente, poderíamos receber subsídios, como a Madeira.
ainda não consegui parar de rir – esta deve ser das melhores piadas deste ano (estou a falar tanto do teu texto como do discurso em si) – e olha que eu nunca me engano!… e raramente tenho dúvidas… é coisa de família!. Bjs
Um grande beijo, Margarida. Ainda não tinha tido oportunidade (e coragem) de te dizer: és uma grande mulher!