Depois de termos lido “A História da V.”, nada melhor do que ler esta História do Orgasmo. Uma coisa leva í outra, não é?
Margolis é apresentado como colaborador do Guardian, Financial Times e Time e publicou este livro em 2004.
É um livro curioso, que analisa a visão do orgasmo, ao longo da história da civilização. Como o seu próprio autor diz: “apesar da sua importância como ícone em quase todas as culturas e países do mundo, nunca se produziu uma tese definitiva sobre o orgasmo – sobre o pouco que se conhece da sua história altamente secreta, da sua biologia, antropologia, psicologia, tecnologia e sociologia, sobre o seu papel cultural e a sua literatura. Por essa razão, escrevi este texto, além do facto de gostar muito de orgasmos”.
Algumas citações, para dar o tom do livro.
Das vantagens do orgasmo:
“Diz-se que o orgasmo tem as mesmas vantagens mentais e físicas que uma corrida de oito quilómetros, graças ao incremento do ritmo cardíaco equivalente a um intenso exercício aeróbico. (…) Aparentemente, os orgasmos melhoram a respiração, a circulação, o sistema cardiovascular, a força, a flexibilidade e a massa muscular. Diz-se também que produzem um brilho no olhar, no rosto e nos cabelos, além de aliviarem os sintomas de perturbações menstruais, osteoporose e artrite. Os orgasmos podem até ajudar a perder peso, uma vez que a adrenalina libertada durante o orgasmo reduz a glucose responsável pela acumulação de gorduras.”
Das mulheres pretensamente insaciáveis e multi-orgásticas, citando Donald Symons:
“A mulher sexualmente insaciável encontra-se principalmente, se não mesmo exclusivamente, na ideologia feminista, nas esperanças dos rapazes e nos receios dos homens”.
Das ideias puritanas sobre o “excesso” de actividade sexual:
“(Sylvester) Graham (o americano dos flocos de aveia) acreditava (…) que a masturbação reduzia a esperança e vida e conduzia í insanidade mental, e que os casais com excesso de actividade sexual seriam atacados de ‘languidez, lassidão, distensão muscular, debilidade e obesidade gerais, depressão de espíritos, perda de apetite, indigestão, desmaios e inanição, susceptibilidades acrescidas da pele e dos pulmões a todas as alterações atmosféricas, debilidade circulatória, calafrios, dores de cabeça, melancolia, hipocondria, histeria, debilidades de todos os sentidos, estrabismo, perda de visão, debilidade respiratória, tosse convulsa, redução pulmonar, perturbações hepáticas e renais, dificuldades urinárias, perturbações dos órgãos genitais, doenças da coluna, perda de memória, epilepsia, insanidade mental, apoplexia, abortos, partos prematuros, debilidade extrema, predisposições mórbidas e uma morte precoce dos filhos”.
Não era nada exagerado, este Graham, pois não?
Da obsessão anti-masturbaçãos dos puritanos:
“O Treatment of Masturbation, de 1900, da autoria do Dr. Sturgis, incentivou o uso de uma espécie de cinto de castidade masculino: ‘puxa-se o prepúcio bem para a frente, introduz-se o indicador esquerdo profundamente até í base da glande e, do exterior, perfurando a pele e a membrana mucosa, insere-se um alfinete de segurança revestido a níquel, atravessando horizontalmente em um centímetro até encontrar o dedo indicador do outro lado. Finalmente, coloca-se outro alfinete, pelo lado oposto do prepúcio, que se ajusta ao anterior. Qualquer tentativa de erecção provocará um dor intensa que tem um efeito dissuasor da masturbação.”
Simpático, este Dr. Sturgis!…
Para além de estas e muitas outras curiosidades históricas, o livro dedica muitas páginas ao orgasmo feminino que, finalmente, parece liberto do estigma de Freud, que considerava o orgasmo clitorideano como imaturo, só aceitando o orgasmo vaginal, com penetração – coisa que, muito provavelmente, nem sequer existe.
Apesar de, por vezes, o livro me parecer um pouco confuso (será da tradução?), não deixou de ser uma leitura agradável e, em alguns passos, esclarecedora.
O orgasmo exclusivamente vaginal não existe? Se fores mulher, coitada de ti. Até orgasmo com estímulo exclusivamente anal existe….
Vai fazendo experiências.
Beijos,
Ana
O Orgasmo é o mecanismo compensatório ou um dos mecanismos compensatórios que a natureza arranjou para a espécie humana se reproduzir. Ainda bem que faz tão bem í saude em geral. É pena não haver uma compensação monetária também. Ponto de Grí¤fenberg rulez!!
Um livro acerca do Orgasmo só pode ser uma leitura recheada de prazer!
Mais a sério, eu sou grandemente adepto do orgasmo como exercício de manutenção da forma física e sobretudo mental.
Encontrar uma palavra para expressar essa SENSAí‡íƒO que chamamos de orgasmo, é simplesmente procurar ver a cor do vento, não se pode explicar, apenas sentir, viver, dar e receber esse prazer mais e mais intensamente, não vivo sem ORGASMOS! Adorei.