Num futuro próximo, o PSD, liderado por Passos Coelho, ganha as eleições com maioria relativa. O PSD e o CDS juntos, têm praticamente o mesmo número de votos que o PS, o PCP e o BE.
O PSD e o CDS-PP formam governo, instável, sempre contestado pelos partidos í sua esquerda.
Zangado com as querelas parlamentares, o presidente da República, Manuel Alegre, aproveitando uma moção de censura construtiva apresentada pelo PS, destitui o governo e nomeia outro, formado por uma coligação, igualmente instável, entre o PS e o BE (o PCP nunca fará parte de nenhum governo…).
O novo governo não consegue vingar nenhuma proposta no Parlamento, sempre com a oposição da direita e com a abstenção do PCP.
Manuel Alegre vê-se obrigado a aceitar um governo PSD-PS, mas a coisa também corre mal porque, quer o CDS-PP, quer o BE ficam em brasa e boicotam todas as iniciativas do novo governo (o PCP sempre boicotou tudo, qualquer que fosse o governo).
Alegre, cada vez mais triste, decide, certo dia, ir í caça e nunca mais voltar, deixando os portugueses a contas com uma crise política provocada pelas ideias peregrinas do Passos Coelho, que quer transformar os governos em Programas Quinquenais (Lenine inventou isso..) e deixar a formação dos governos na mão dos Presidentes, sem ser preciso fazer eleições.
Onde é que eu já vi isto?…
Não vale a pena dizer mal da classe política mas ás vezes apetece muito. O país está uma lástima, a Europa está parecida e brinca-se com a Constituição ao sabor de putativos interesses de curto prazo.
Deixem a Constituição em paz e sejam responsáveis. Respeitem os que ainda votam e organizem-se.
Um partido político não tem que ser um bando de malfeitores.