“A Orgia de Praga” (1985), de Philip Roth

Este é o último livro de Roth dedicado ao seu heterónimo Nathan Zuckerman.

Após a publicação do Complexo de Portnoy, Roth foi atacado de tal modo, sobretudo pela comunidade judaica, que decidiu inventar Zuckerman, um escritor proscrito por ser judeu e criticar os hábitos judaicos.

Foram quatro livros: O Escritor Fantasma (1979), editado em Portugal em 2017, Zuckerman Libertado (1981), editado cá em 2023, A Lição de Anatomia (1983), por cá em 2015 e A Orgia de Praga (1985), aqui apenas este ano.        

Estes quatro livros de Roth não são, certamente, dos mais interessantes do grande escritor norte-americano, já que são uma espécie de vingança perante a comunidade judaica norte-americana.

Este último volume, A Orgia de Praga, talvez seja o menos interessante. No entanto, tem algumas diatribes que vale a pena assinalar:

“A Olga também é escritora. É muito conhecida na Checoslováquia pelos seus livros, pelo seu alcoolismo, e por mostrar a cona a toda a gente”.

Ou esta, ainda melhor:

“- Mas nós vivemos numa sociedade sem classes – diz ela – No socialismo. De que me serve o socialismo se ninguém me fode quando eu quero? Todas as grandes figuras nacionais vêm a Praga ver a opressão em que vivemos, mas não hã um único que me foda. O Sartre esteve cá e não quis foder-me. A Simone Beauvoir veio com ele e não quis foder-me. O Heinrich Boll, o Carlos Fuentes, o Graham Greene – e nenhum quer forder-me.”

O resto tem menos interesse…

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