A Pior Comédia do Mundo (Noises Off), é um original de Michael Frayn, estreado em Londres em 1982.
A acção desenvolve-se em três cenas. Na primeira, uma companhia de teatro ensaia uma comédia, intitulada “Tudo a Nu”, para uma digressão extensa pela província. A estreia está marcada para o dia seguinte e o ensaio geral está a correr muito mal. a comédia baseia-se na entrada e saída de diversas personagens numa casa que deveria estar vazia. Há várias portas, que se abrem e fecham, e o êxito da acção baseia-se na entrada e saída, a tempo, dos diversos personagens, o que não está a acontecer. O encenador tem que intervir com frequência. Para apimentar a acção, ficamos a saber que alguns dos actores têm relações secretas entre si. Acresce que um dos personagens mais importantes é surdo e gosta da pinga.
A segunda cena desenrola-se nos bastidores. Começou a digressão. Vemos a parte de trás do cenário da primeira cena e toda esta parte é como um filme mudo: enquanto, lá í frente, decorre a acção que vimos ser ensaiada, nos bastidores, surgem diversos conflitos: o encenador tenta fazer as pazes com uma das suas namoradas, comprando-lhe flores, um dos actores tenta agredir gravemente outro porque pensa que ele tenta roubar-lhe a namorada. Sem falharem, por pouco, nenhuma das entradas em cena, os actores vão desenvolvendo as suas guerras nos bastidores.
A terceira e última cena regressa, digamos assim, ao palco, para mais uma representação da comédia. Aqui, os actores estão já visivelmente baralhados e confusos com tantas guerras de bastidores e a coisa só pode correr mal. Improvisam, substituem-se uns aos outros em algumas entradas e acabam bruscamente com a peça, num final imprevisto.
Muito divertido e bem agarrado pelos actores, numa representação exigente, até do ponto de vista físico.
Com encenação de Fernando Gomes, os actores são: o próprio Fernando Gomes, que faz o papel do actor surdo e que gosta da pinga, José Pedro Gomes que representa o encenador, Ana Cloe, Cristóvão Campos e Jorge Mourato, que se fartam de suar, escadas acima e abaixo, Elsa Galvão, Inês Aires Pereira, Paula Só, de quem gostei particularmente, e Samuel Alves.
Gostei mesmo!