Ora aqui está mais um “Gato Preto, Gato Branco”, talvez não tem bem conseguido, mas divertido na mesma. Kusturica ri-se para não chorar.
A acção do filme passa durante o conflito da Bósnia e a guerra, a pobreza extrema, a destruição, tudo é vivido com aquela música de fundo, as bandas desconjuntadas sempre a tocar, os personagens todos um pouco loucos, um frenesim permanente.
A história é o que menos interessa: Luka quer transformar o “seu” caminho de ferro numa atracção turística, mas a guerra rebenta. O seu filho, Milos, que estava í beira de ser contratado pelo Partizan de Belgrado, como grande estrela de futebol, vai para a guerra e é feito prisioneiro; a sua mulher, uma ex-cantora de ópera um pouco louca, foge com um músico húngaro; e Luka apaixona-se por uma enfermeira muçulmana, mesmo no meio dos bombardeamentos e das explosões.
Ao fundo, a música, sempre a música.