Esta misteriosa escritora italiana consegue-nos agarrar desde a primeira í última página.
Foi assim com os quatro livros da Amiga Genial, e aconteceu o mesmo com este novo livro.
Nesta nova história napolitana, a narradora e protagonista é uma miúda de 15-16 anos, Giovanna, filha de dois professores e, como tal, vivendo na zona de Nápoles onde predomina a classe média.
O pai de Giovanna é um professor bem-sucedido, mas vem de uma família pobre, da zona mais básica da cidade, onde ainda reside uma sua irmã, Vitória.
Giovanna acha-se feia, como a tia e sente curiosidade em contactar com ela, já que o seu pai cortou relações com as suas raízes.
Os pais de Giovanna convivem com outro casal, também da classe média, e que têm duas filhas, sendo que a mais velha é da idade da narradora.
A tia Vitória, que vive num bairro social, foi amante de um polícia, que, entretanto, morreu, e convive com a viúva e os seus três filhos. Giuliana é a única rapariga desses três, e tem um namorado que é um destacado professor em Milão.
Com estas personagens, Elena Ferrante constrói uma história que nos prende; vamos convivendo com todas as dúvidas próprias dos adolescentes: as dúvidas sexuais ou religiosas, as dúvidas sobre o corpo, as relações entre as pessoas, a revolta em relação aos pais e í escola.
É mais uma história banal e Ferrante consegue ir descrevendo os vários episódios, numa linguagem fluida, cirando expectativa no leitor, sem necessidade de recorrer a tragédias, crimes ou quaisquer artifícios para criar suspense.
Pelos vistos, a vida banal de uma adolescente é suficientemente interessante para prender a nossa atenção.
Aconselho.