Não resisto a esta diatribe.
O suplemento Tabu (título bem adequado!), do semanário Sol, da semana passada, publica um artigo intitulado «Comungar sem glúten».
Refere o artigo que «comungar pode dar direito a lesões intestinais, anemia, infertilidade e muitas outras maleitas». E isto porque a hóstia é feita com farinha de trigo, que contém glúten e há por aí muita gente alérgica ao glúten. Os portadores de doença celíaca, por exemplo, não suportam o glúten.
Fácil de resolver, diria qualquer ateu inteligente.
Errado.
A igreja católica, neste como noutros assuntos, é inflexível! A hóstia representa o corpo do Senhor e «as hóstias sem glúten são impróprias para a comunhão», segundo um documento de 1995, da Congregação da Doutrina da Fé, cujo perfeito era, então, Joseph Ratzinger, o actual Papa.
Que fazer, então?
É que um católico que não engole o Senhor regularmente, não é católico, não é nada.
Mais uma vez, fácil de resolver.
Segundo o padre Peter Siltwell, director da faculdade de Teologia da Universidade católica, citado pelo jornal, «ninguém está a ser excluído do sacramento. Quem quiser pode comungar através do cálice sagrado. É o que faço na minha capela.»
Então, mas o cálice sagrado contém vinho. Vamos dar vinho, por exemplo, a uma criança?
Por que não? diz o senhor padre. Â«É só uma quantidade mínima, umas pequenas gotas».
Portanto, para o padre Stilwell, não faz mal nenhum dar um pouco de vinho a beber a uma criança. O vinho é o sangue de Cristo, está abençoado – logo, não é um mau exemplo, não é incitamento ao consumo de álcool, não é condenável.
Enfim, o raio que os parta.
Agora, confesso que a ideia de um católico alérgico ao Senhor não me sai da cabeça.
Depois dos novos pecados, só mesmo isto.
Já estou mesmo a imaginar um slogan:
Taberna do Padre Jorge:
“- O sangue de Cristo.
-Cheio!!!”
ps: não me contive… hehehe
E bebem todos do mesmo cálice??????