É sempre um prazer ler um livro do Chico Buarque. Nascido em 1944, Chico Buarque viveu em Roma entre 1953-54, porque o seu pai foi dar aulas numa Universidade, sobre e3studos brasileiros.
Essa estadia em Roma, apanhou Chico nos seus 9-10 anos e, neste pequeno livro, ele aproveita meia dúzia de memórias para criar um livro curioso e, sobretudo, divertido.
Chico Buarque recorda a sua relação com os irmãos e, sobretudo, com alguns colegas do colégio que frequentou naqueles dois anos. A diferença das línguas, entre os estudantes dessa escola internacional, era um dos motivos para galhofa. Buarque conta que tinha um colega japonês e que…
“Na sala de aula o Kasuki se sentava na carteira à minha frente e costumava trocar mensagens comigo. No verso das suas folhas de caderno com ideogramas caprichados, a nanquim, eu escrevia boceta, caralho, cu da mãe, coisas que de algum modo ele compreendia, pois se virava e piscava o olho com um ar malandro que eu não conhecia em japoneses.”
Muito divertido.
E, a pouco e pouco, a obra de Chico Buarque, Prémio Camões de 2019, vai-se consolidando.
Outros livros de Chico Buarque: “Anos de Chumbo e Outros Contos” (2021); “O Irmão Alemão” (2014); “Essa Gente” (2019); “Leite Derramado” (2009)