14.10.07 – o primeiro embate com Bariloche foi um pouco agressivo. Um tipo vem de uma cidadezinha com 15 mil habitantes, e já um pouco desordenada, e aterra numa cidade com 120 mil habitantes, com uma mistura de casinhas “alpinas” e mamarrachos dos anos 50 e 60.
Disseram-nos que Bariloche é lindo. Claro que deve ser, ao longo do lago e das montanhas, porque a cidade, í primeira vista, é feia, embora tenha um centro cívico curioso, construído em redor de uma praça, virada para o lago Nahuel Huapi. Nesta praça, todos os edifícios são de pedra e madeira, austeros e dignos e fazendo lembrar os Alpes (a nós, lembrou-nos, por exemplo, Chamonix ou Annecy).
A partir desta praça, começa a calle Mitre, só com lojas e restaurantes e verdadeiros armazéns de chocolate, gigantescos (o chocolate artesanal é uma das especialidades da região).
Percorremos grande parte desta rua, em busca de uma casa de câmbios que, afinal, estava fechada. Acabámos por trocar dinheiro numa loja de roupa. Verificámos, no dia seguinte, que o tipo que nos trocou o dinheiro era o funcionário da casa de câmbios…
Jantámos no La Marmite, um bife na pedra, que podia ser melhor, mas algo de perdeu, também, na tradução, entre o nosso pedido e a recepção do empregado…
15.10.07 – não tivemos muita sorte com a nossa estadia em Bariloche. Hoje esteve um frio de rachar (há pouco, estavam 6 graus), caiu uma chuva fria, durante a tarde e levantou-se muito vento. Foi por causa deste vento patagónico, que faz com que as árvores só tenham ramos do lado em que o vento não sopra, que o nosso passeio de hoje, o chamado Circuito Grande, foi encurtado: não fomos ver o bosque de arayanes, uma árvore que tem uma casca parecida com a dos eucaliptos, mas num tom alaranjado. Para ir ver esse bosque, teríamos que navegar durante cerca de uma hora, no lago Nahuel Huapi, cujas águas, devido ao vento, tinham ondas que faziam lembrar o estuário do Tejo, em dia de nortada.
O dia começou í s 8 horas, com o Circuito Grande, a bordo de um autocarro com espanhóis, mexicanos, venezuelanos e dois holandeses. Sempre a grande velocidade, partimos para norte de Bariloche, acompanhando o lago Nahuel Huapi e, depois, o rio Traful, até ao lago e í vila do mesmo nome. A paisagem faz lembrar os Alpes, sem dúvida, e a vila, com cerca de 300 habitantes, é muito engraçada. Parámos para beber um cacau quente e dar uma volta.
Continuámos, depois, para outra vila, La Angostura, esta já um pouco maior. No inverno, esta é uma estância turística muito concorrida, para se fazer ski e outros desportos de inverno.
Almoçámos num restaurante chamado Loncomilla (canelones para a Mila e bife do lombo com molho de mostarda, para mim). Depois, deambulámos pela vila até cerca das 14 horas, que foi quando começou a chuva e o vento. Ainda descemos ao porto, mas disseram-nos que não era seguro fazer a navegação.
Regressámos então a Bariloche, passando pelo Messidor, uma espécie de residência de inverno para os presidentes da Argentina.
O regresso foi feito, também, a grande velocidade; o motorista devia estar com pressa para ir a algum lado.
Por isso, Bariloche soube a pouco.