O ministro-que-faz-de-conta-que-não-é-ministro, António Borges, não é capaz de ficar calado.
Ainda bem.
É da maneira que vamos conhecendo o pensamento político de Passos Coelho e percebendo como o “social” está a desaparecer do nome oficial do Partido “Social” Democrata.
Em junho, Borges disse que baixar os salários dos portugueses “era uma urgência“. Todos lhe caíram em cima e até Passos Coelho veio a correr dizer que não era essa a intenção do governo e tal.
Viu-se…
Nem três meses depois, aí estava o mesmo Coelho a propor a baixa dos salários em 7%, com a subida da TSU para os trabalhadores.
Foi graças a Borges que ficámos a saber, em agosto, que Relvas queria acabar com a RTP-2 e dar a concessão da RTP-1 aos privados. Claro que o governo veio dizer que era só uma opinião, mas… vamos ver o que vai acontecer í RTP e veremos, mais tarde, que papel Relvas desempenhará nessa nova televisão semi-pública e mais ou menos privada…
Já há 5 anos Borges defendeu a privatização da CGD. Nessa altura, ouviu-se um coro de críticas. Mas não é que, agora, não se fala noutra coisa?…
Para terminar, ontem, num Fórum económico, Borges disse que “os empresários que se apresentaram contra a medida (TSU) são completamente ignorantes”.
É incompreensível como uma pessoa tão inteligente como António Borges cai na armadilha de falar em público como se estivesse a falar em privado, com um grupo de amigos.
A menos que…
A menos que António Borges sofra de Sindroma de Tourette e não consiga manter a boca fechada.
Ou então, é mesmo ele quem governa Portugal e Passos Coelho não passa de um ínhuca – aliás, como eu sempre disse…