Praga – do castelo ao bairro judeu

Partimos, a caminho do Castelo, percorrendo o mesmo caminho do dia anterior.

A Ponte Carlos parece diferente, conforme a hora em que a visitamos. Mas está sempre cheia de gente. De um lado e do outro, as estátuas religiosas – são mais de 30, instaladas a partir de 1683. por baixo, o rio Moldava corre, de sul para norte. Ao fundo, o complexo do Castelo, com os pináculos da catedral de S. Vito.

É verdade que a beleza de uma cidade depende muito do rio que a atravessa. É esse rio que torna cada cidade única. O Danúbio, em Budapeste, o Sena, em Paris, o Tamisa, em Londres, o Tejo, em Lisboa. É impossível pensar em cada uma destas cidades, sem pensar no seu respectivo rio.

Chegados ao outro lado, subimos a torre. Lá de cima, o panorama é soberbo: não só as torres das inúmeras igrejas, mas também os telhados das casas, a azáfama da ponte e o rio.

As escadas para o Castelo são um desafio para quem já se fartou de andar.

O chamado Castelo (Prazsky Hrad) não é castelo nenhum. Começou por ser uma fortaleza de madeira, no século IX e, depois de ter sido a capital do Sacro Império Romano, foi reconstruído no século XVI, dando origem ao edifico renascentista que é, hoje, a residência oficial do Presidente checo.

Entra-se pelo portão encimado pela estátua que representa os Titãs em luta e, olhando para cima, já se vêem as torres da catedral de S. Vito. Com 124 metros de comprimento e 34 de altura, a construção desta catedral gótica iniciou-se em 1344, mas só foi completada em 1929! Uma multidão arrasta-se no interior da catedral. A nave central é imponente (60 metros de largura) e os vitrais chamam a atenção.

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O chamado Beco dos Ourives, mais á frente, está transformado num pequeno centro comercial de souvenirs. Cada casinha é agora uma loja. No segundo andar das casas, um corredor, ao longo de toda a rua, tem uma exposição de armaduras e armas medievais. Podia ser mais interessante se não houvesse tanta gente. A acumulação de turistas impede que se vejam as fachadas das casas sem que uma cabeça se meta í  frente.

Depois do Beco dos Ourives, fica a Daliborka, que é uma masmorra onde o Robin dos Bosques checo esteve preso. Tem pouco interesse. Mais interesse desperta uma estátua que representa um homem, em posição de prece muçulmana, com uma enorme caveira í s costas. Pelas ruas de Praga vimos vários pedintes nesta posição submissa: os joelhos no passeio, o corpo curvado para a frente e as mãos estendidas, segurando um copo de plástico, esperando pelas moedinhas.

Outro tipo de pedinte que se vê com frequência: o pedinte e o seu cão; estão ali, simplesmnte, com um recipiente para as moedas. Damos uma moeda ao pedinte ou ao cão? Ou a pedinte por ele ter um cão? Ou ao pedinte para ele cuidar bem do cão?

Deixámos o recinto do Castelo pelas escadas velhas e, depois de um breve descanso, prosseguimos, em direcção ao bairro judeu.

Visitámos o cemitério judeu e duas sinagogas. O antigo cemitério judeu terá, segundo alguns cálculos, cerca de duzentos mil corpos enterrados, em camadas. A lápide mais antiga data de 1439 e a mais recente é de 1787. Quanto í s sinagogas, a visita tem, sobretudo, interesse histórico.

Voltámos, depois, í  Karlova, para comprarmos alguns souvenirs e ainda demos mais um salto í  ponte, para tirar fotos ao por do sol. Numa loja, tivemos mais uma prova da globalização: fomos atendidos por um jovem búlgaro, falando espanhol.

Ao longo da Karlova, muitos jovens distribuem panfletos anunciando inúmeros espectáculos: concertos de música clássica, shows de marionetas, jazz e blues.

Casas de câmbio í s dezenas. Estão a dar o último suspiro. Quando a República Checa aderir ao euro, acaba-se a mama. De cada vez que trocámos dinheiro, recebíamos menos coroas – parece que o euro se foi desvalorizando, ao longo destes dias.

Praga – a língua checa tem muitas consoantes

Visita a Praga, pela segunda vez e, agora, com a família.

Um shuttle levou-nos, por 960 coroas, ao Hotel Yasmin, na Politickych Veznu, muito perto da Praça Venceslau.

E começámos a andar.

Descemos a Praça Venceslau (Vaclavské Namesti), que estava muito animada í s 4 da tarde, cheia de adolescentes estridentes.

A Praça, que mais parece uma larga avenida, é dominada pelo edifício do Museu Nacional. Este edifício neo-renascentista, foi bombardeado por engano pelas tropas soviéticas, durante a invasão de 1968. Pensavam que era ali que ficava o Parlamento.

Logo a seguir, a estátua de S. Venceslau e, depois, por ali abaixo, os edifícios vão-se sucedendo, com destaque para o Hotel Europa e o Palác Koruna.

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Mesmo ao fundo, um palco montado, onde um sexagenário cantava “I’ve got you under my skin”. Percebemos que aterrámos no meio de uma campanha eleitoral. Mas pouco mais percebemos. A língua checa tem muitas consoantes e mais acentos que o português. No scrabble checo, a letra “a” deve ser tão difícil de jogar como, para nós, o “xis”.

Deambulámos por ali, percorremos a Celetná, que tem mais uma série de edifícios belíssimos, e chegámos í  Praça da Cidade Velha (Staromestské Námesti) perto das 6 da tarde.

Esta Praça é o coração de Praga e, a qualquer hora, está sempre cheia de gente, admirando a lindíssima fachada da igreja de Nossa Senhora de Tyn e a torre do relógio astronómico. De hora a hora, uma multidão concentra-se em frente ao relógio, para ver as figurinhas aparecerem í s janelas e o esqueleto tocar o sino. A malta chega a ficar ali, de pé, quase meia hora, para assistir ao espectáculo fugaz, inventado pelos relojoeiros em 1572.

Seguimos, depois, para a Ponte Carlos (Karluv Most), através da sinuosa Karlova, pejada de gente e ladeada de inúmeras lojas de souvenirs (matrioskas, ovos de madeira pintados, gorros de pele com a foice e o martelo, objectos em vidro, marionetas, etc)

Quando chegámos í  ponte, já o sol se tinha posto.


San Francisco, 19 de Maio

Começámos por caminhar ao longo da Sutter Street, 13 quarteirões, até í  Powell Street. Aí, apanhámos o cable car, que custa a módica quantia de 5 dólares, só uma viagem! É quanto pagas, se quiseres passear no ex libris de San Francisco!

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O cable car sobe a Powell St, depois vira para a Hyde St. E, como tudo o que sobe, tem de descer, o cable car chega ao topo de uma das colinas mais íngremes da cidade, e começa a descer. E é descer a sério! Enquanto o condutor dirige o veículo, nas traseiras, um pretalhão maneja o freio. í€s tantas, o cheiro a madeira queimada dos travões faz-se sentir. No fim das colinas todas, estamos na baía, com a Golden Gate e Alcatraz ao fundo.

Toda esta região, dos antigos molhes de San Francisco, está transformada num grande centro comercial ao ar livre, conhecido como Fisherman’s Wharf. Caminhámos até ao Pier 39, parando para comprar alguns souvenirs e beber um café.

O Pier 39 está cheio de lojas de brique-a-braque, t-shirts, recordações da cidade, a tralha do costume; mas também existem algumas lojas um pouco diferentes, como a que só vende coisas para cães e gatos, incluindo equipamentos de beisebol e fatinhos de ballet.

Ao fundo do Pier 39, Alcatraz vê-se melhor e, í  esquerda, uma espantosa colónia de leões-marinhos que, actualmente, ascende a cerca de 300 exemplares. Quando cá estivemos, há dez anos, não os vimos, supostamente porque, nessa altura do ano, estariam por outras paragens.

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Ficámos por ali um bom bocado, a fotografar os bichos, que não paravam de ladrar.

Regressámos novamente í  Hyde St e ainda estivemos na fila para apanhar o cable car novamente. Mas, entretanto, começou a chuviscar e o vento vindo do oceano era agreste; por isso, desistimos e pusemo-nos a caminho.

Claro que já sabíamos que não ia ser fácil, mas é mesmo complicado subir algumas das mais de 40 colinas de San Francisco!

Chegados í  Lombard Street, chegámos í  rua do mundo com mais curvas. Trata-se de um troço, entre a Lombard e a Leavenworth. É quase uma brincadeira. Em vez de fazerem uma rampa, que seria íngreme demais, ou, simplesmente, desistirem de fazer ali uma rua, resolveram fazer a coisa aos esses e chamam-lhe “the crookiest street“, inventando, assim, mais uma atracção para os turistas, como se esta cidade precisasse disso.

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A malta que vive aqui, deve ter a sua privacidade sempre devassada, com as hordas de turistas que rondam por ali, a tirar fotos, de todos os ângulos.

Continuámos, depois, por ali abaixo, até í  Washington Square (e descer é quase tão difícil como subir). Então, começou a chover com mais intensidade.

Por isso – e porque já tínhamos visto bem esta zona, há 10 anos – percorremos Chinatown em passo apressado.

Chinatown termina em downtown San Francisco. Estávamos cansados e com fome. Vimos um letreiro da Segafredo e entrámos. E não é que nos serviram duas bicas?! E esta?! Em San Francisco, na Powell Street, pode beber-se uma bica como deve ser! Comemos um danish e, na televisão, passava uma entrevista com o Jorge Andrade, integrada numa reportagem sobre a selecção de Portugal! Parecia uma daquelas coincidências de que fala o Paul Auster…

E iniciámos o regresso ao hotel, já com pouca chuva. Devagar, devagarinho, subimos a Powell, virámos para a Bush, fomos andando, fotografando as casas mais bonitas, voltámos í  Pine, regressámos í  Sutter e assim sucessivamente, até ao hotel, 13 quarteirões mais adiante.

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Chegámos estoirados, com 17 km percorridos, mas com uma ideia mais precisa desta cidade.

Monterey, Carmel, San Francisco, 18 de Maio

Partimos em direcção a San Francisco. Serão 400 km, pela Highway 101. O dia está nublado, com 93% de humidade. Doem-me os joelhos.

“Adopte a higway” – ao longo das auto-estradas, vimos este sinal várias vezes. Então, os americanos podem “adoptar” um pedaço da estrada, ficando responsáveis pela manutenção e limpeza desse pedaço. Habitualmente, é um hotel, uma loja, um restaurante, uma escola ou uma igreja, que adoptam uns quantos quilómetros; em troca, têm direito ao seu nome, inscrito numa placa, junto í  estrada. Mas qualquer cidadão o pode fazer e, depois, paga a alguém para fazer a manutenção daqueles quilómetros, ou limpa-a ele mesmo. Mais um exemplo da boa iniciativa privada.

Em Santa Bárbara, vimos outro exemplo: no passeio, junto a cada palmeira, uma placa com o nome da pessoa ou instituição que “ofereceu” aquela árvore í  cidade.

Depois de uma curta paragem em Kingcity, chegámos a Monterey, a tal cidade que vivia í  custa das conservas de sardinha. Parece que, em 1946, houve uma súbita mudança na temperatura das águas do Pacífico e as sardinhas mudaram-se para outras paragens. A cidade mergulhou no desemprego e na depressão. John Steinbeck, aproveitou para escrever “Cannery Row”. Agora, todas as fábricas de conservas foram transformadas em lojas e restaurantes. Aqui está uma boa ideia para a Maria Emília transformar Cacilhas…

Descemos í  praia e fotografámos leões-marinhos deitados sobre os rochedos, deliciando-se coma água gelada do Pacífico.

Percorremos, depois, parte da extensa baía de Monterey, podendo ver uma bonita costa, com rochedos salpicados de gaivotas, bandos de patos, em formação, voando numa e noutra direcção, como grupos excursionistas apressados, mais alguns pelicanos e leões-marinhos.

Junto í  costa, milhões de flores de um roxo intenso, contrastavam com o cinzento do céu. Deve ser bom viver nesta região.

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Almoçámos em Carmel, um hambúrguer delicioso, com uma fatia de quiejo, duas tiras de bacon, batatas fritas, tomate, cebola e alface. Como é costume, too much food.

Carmel é uma cidade muito simpática, só com casinhas de um só piso, muito bonitas, com jardins floridos í  volta. As casas não têm número – têm nome. Não há néons, iluminação pública, semáforos ou cartazes publicitários, o que torna a localidade ainda mais tranquila. Descendo a Ocean Street, que é a rua principal, chegamos í  praia. Aqui, o oceano estava zangado, com grandes ondas.

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Chegámos a San Francisco por volta das 17h e fomos até í  Golden Gate Bridge.

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Oficialmente, o percurso estava concluído.

From Chicago to Golden Gate – 5 585 km!


Santa Mónica, Santa Bárbara, 17 de Maio

Hoje, quisemos ser mais espertos que os americanos e a brincadeira saiu-nos cara. Para não darmos 20 dólares por duas torradas e dois cafés, levantámo-nos 15 minutos mais cedo e fomos a uma loja de junk food, onde pedimos dois croissants, dois cafés e um sumo de laranja, tudo por 8 dólares. Devíamos ter desconfiado, quando vimos que o croissant se chamava sunrise. Pois: tinha um hambúrguer e uma omeleta lá dentro! Resultado: deitámos tudo no lixo e fomos ao hotel pagar os tais 20 dólares pelas torradas e pelo café…

Vamos a caminho de Pismo Beach. Serão 382 km.

Atravessámos Marina del Rey e Venice, sempre enfiados no tráfego de LA. As casas, í  beira da estrada, estão muito degradadas; faz-nos lembrar a Costa da Caparica, embora sem prédios altos.

Parámos em Santa Mónica. A Third Street é uma ruda pedonal, com muitas lojas e com elevada densidade de sem abrigo. Na Ocean Drive, junto í  costa, muita gente a fazer jogging, entre as palmeiras. O Pacífico mal se vê, por causa da neblina.

Percorremos a Highway Nº 1, que corre ao longo da costa. Passámos por Malibu, com as colinas cheias de casas e mansões, í  espera do próximo deslizamento de terras, que as fará estatelarem-se cá em baixo.

De um lado, as tais casas, perigosamente alcandoradas nas colinas; do outro, o Pacífico, com dezenas de surfistas e vários golfinhos.

Mais í  frente, passámos por Ventura, com extensos campos de cultivo, com alfaces, morangos, limoeiros. Parámos, já perto do meio-dia, para reabastecimento.

í€s 13h estávamos em Santa Bárbara, outra cidade californiana para gente rica. Parámos, para dar uma vista de olhos a uma das missões que os franciscanos espanhóis aqui construíram, a fim de canonizar os índios. Como se calcula, os índios acabaram por morrer todos: uns porque apanharam doenças europeias, que a sua imunidade desconhecia, outros porque se tornaram tão dependentes dos franciscanos que, quando eles se foram embora, não sobreviveram sem ajuda.

Em seguida, visitámos a Court House, um edifício construído no estilo colonial. Subimos í  torre do relógio, de onde pudemos admirar as casinhas nas colinas de Santa Bárbara e, com um pouco de imaginação, o Pacífico, lá ao fundo.

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Santa Bárbara é uma cidade muito simpática. Passámos as últimas horas por aqui e foi mais uma agradável surpresa. Almoçámos no Pier, fish and chips; tinha que ser, tínhamos que experimentar mais esta modalidade da junk food americana. Estava uma bodega, como seria de esperar, mas matou a fome.

Depois, deambulámos pela State Street, que é a rua principal de Santa Bárbara.

A cidade foi destruída por um terramoto, em 1925, e decidiram recnstruí-la ao estilo colonial espanhol. Todos os edifícios, que não têm mais do que três pisos, parecem fazer parte de uma cidade mediterrânica. De um lado e de outro, lojas, muitas lojas, de roupa, de velharias, de curiosidades, e muitos restaurantes. E muitos sem abrigo, também. Topámos com uma lontra, nadando no Pacífico (ou seria um leão marinho?), e bandos de pelicanos.

Por volta das 16 horas, o sol começou a abrir, por entre as nuvens, e a cidade, toda branca, ficou ainda mais luminosa.

Seguimos pela Highway 101 (antigamente chamada Camino Real), em direcção a Pismo Beach. Deixando o Oceano, e caminhando um pouco mais para o interior, uma nova paisagem se desfruta. Desta vez, são os campos com vinhas e pequenos montes verdejantes, que se sucedem. É, de facto, espantosa, a diversidade deste país que, ao fim e ao cabo, é um continente.

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O penúltimo hotel da viagem, em Pismo Beach, é, também, muito simpático. Construído ao estilo das missões espanholas, consiste numa série de edifícios com três pisos, com uma praça central e, í  entrada, uma espécie de torre sineira. Chegámos perto das 7 horas e fomos jantar a um seafood restarant, que fica aqui ao lado. Pedimos bacalhau. Fresco, claro. Ficou metade no prato. Eles bem que se esforçam, mas não sabem cozinhar, coitados!…

Universal Studios, 16 de Maio

Passámos o dia na Universal Studios.

Los Angeles é uma cidade que não é uma cidade ““ é um conjunto de várias cidades; e a sua extensão é tal que, de uma ponta a outra, cobre a distância entre Lisboa e Leiria. Quer isto dizer que não se pode, de facto, passear em LA. Portanto, se tens um dia para ficar nesta cidade, o melhor é ires passá-lo, por exemplo, ao parque da Universal.

Estávamos í  porta, antes do parque abrir, o que só acontece í s 10 horas. Enquanto esperávamos, as filas engrossaram e, quando as portas abriram, uma pequena multidão já se tinha juntado.

Começámos pelo tour do parque, que passa junto aos diversos stages e por cenários diversos. Aqui, edifícios que podem ser de New York; acolá, outros podem simular qualquer cidade europeia; mais adiante, uma praça, com um pedestal no centro ““ basta mudar a estátua e os nomes das ruas, e a cidade muda também. O tour mostra-nos, também, a casa do Norman Bates, do Psycho, as casas da série Desperate Housewives, o jumbo destruído do War of the World, do Spielberg, o mar a abrir-se, como nos Dez Mandamentos, para que o nosso comboio possa passar, como se faz chover nos filmes e como essa chuva se pode transformar numa inundação.

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Como efeitos mais especiais, somos introduzidos em três barracões e, sucessivamente, assistimos ao ataque do King Kong a Nova Iorque, a um tremor de terra numa estação de metro e ao ataque da múmia.

Terminado o tour, fomos ao Jurassic Park Ride. Enfiados num carrinho, estilo montanha russa, passámos por entre dinossáurios, que nos atacavam com esguichos de água. A corrida termina com um enorme splash, depois de uma descida vertiginosa. Ficámos encharcados! E divertidos que nem miúdos!

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Como já tínhamos vistos os shows do Back to the Future e do Waterworld, não os repetimos. Fomos ver o show dos Special Effects, onde nos mostram como são feitos alguns efeitos especiais, visuais, mecânicos e sonoros. O espectáculo é muito divertido e, no final, com a ajuda da assistência, faz-se a sonorização de um pedaço de um filme.

No show do Terminator, em 3D, assistimos a um duplo do Schwarzenegger a salvar o mundo, enquanto nós, na assistência, somos abanados e, mais uma vez, molhados.

O efeito de deitar borrifos de água sobre a assistência, quando ela está concentrada na acção, repete-se no show do Shrek, este em 4D. í€s tantas, o burro, mesmo em cima dos nossos olhos, graças aos óculos especiais que usamos, dá um espirro e ficamos com a cara toda molhada. Desgusting! Depois, quando o Shrek cavalga atrás do raptor da noiva, as cadeiras cavalgam com ele, e nós, com elas!

Almoçámos uma pizza e lanchámos um gelado. Entrámos em todas as lojas disponíveis e comprámos mais alguns souvenirs. Tirámos fotos junto ao tubarão, ao Hulk, em cima da moto do Terminator, í  Marylin, que se passeava de Cadillac e; í s 17h, saímos. Ainda percorremos o Universal Citywalk, que é uma rua recente, logo ao lado do parque, com restaurantes e lojas.

í€s 18h, o parque fecha e os pés protestam.

Foi o dia das criancinhas, nesta viagem pelos States.


Los Angeles, 15 de Maio

Acordar í s 6 da manhã, depois de apenas 5 horas de sono.

Vamos a caminho de Los Angeles. Serão 400 km.

Paragem em Barstow, já na Califórnia, para reabastecimento. Estamos a atravessar o deserto de Mojave e o calor é difícil de suportar.

Chegámos aos limites de LA por volta das 12h30 e durante cerca de uma hora percorremos esta auto-estrada com quatro faixas de cada lado, atravessando os subúrbios da cidade: milhares de moradias, todas idênticas, com o sacramental relvado í  frente.

Chegados í  cidade, parámos junto a Olvera Street, onde, no século 18, a cidade foi fundada. Ficámos por ali cerca de meia hora, tempo para comer uma sandwich e beber uma Bud Light.

E arrancámos para uma visita í  cidade, começando pelo Dorothy Chandler”™s Theater, onde antigamente decorria a cerimónia dos óscares, e o Disney Music Hall, um projecto de Frank Ghery, que faz lembrar o Guggenheim de Bilbau. Ao longe, o edifício do City Hall, que fez o papel de Daily Planet, no Superman.

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Seguimos, depois, para Hollywood e, durante cerca de uma hora, cirandámos pelo Kodak Theater, pelo Mann”™s Chienese Theater, The Walk of Fame e all that stuff. No Passeio da Fama, Darth Vader, em pessoa, falava com uma criancinha. Um mosqueteiro,  deixava-se fotografar. Dois tipos, que pareciam indianos, passeavam-se, com serpentes ao pescoço.

O Kodak Theater é um edifício novo e está rodeado por lojas chiques. Num dos varandins, uma pequena multidão fotografava um letreiro de real estate, que diz Hollywood.

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Passámos por Sunset Boulevard, Beverly Hills, Rodeo Drive, Santa Mónica Boulevard; ali está a pequena casa, onde Marylin recebia Kennedy, para os seus encontros secretos, acolá está a igreja onde Liz Taylor se casou com Richard Burton, aqui é o hotel onde foi filmada uma cena do Pretty Girl, com a Julia Roberts, este é o edifício da polícia que aparece no Beverly Hill”™s Cops, com o Eddie Murphy.

Tal como há 10 anos, mais uma vez, esta cena de LA não me aquece, nem me arrefece.

Depois de ter visto todas aquelas maravilhas da Natureza já descritas, as coscuvilhices do mundo do faz de conta, não me dá pica nenhuma.

O traffic jam de LA fez com que demorássemos cerca de uma hora a chegar ao Hilton Hotel Getway, que fica mesmo junto ao aeroporto, aliás, da janela do nosso quarto, vemos os aviões a aterrar.

Nem uma hora depois, já estávamos de saída, novamente, para jantar em Santa Mónica. Fomos ao Pier, a um restaurante chamado Bubba Gump. Muita comida, ao gosto americano: costeletas com molho de barbacue, camarões com arroz, í  moda do Sul, saladas, tarte de lima e gelado.

Demos uma voltinha por Santa Mónica, vimos o Pacífico e a praia e regressámos ao hotel, podres de sono.

Las Vegas, 14 de Maio

E aqui vamos, a caminho de Las Vegas, para mais 530 km, neste domingo em que, nos States, se celebra o Dia da Mãe. A televisão está cheia de referências a este dia, não só na publicidade, mas também nos noticiários: o tempo que vai fazer no dia da mãe, sugestões de passeios para levar a mãezinha, prendas para a mamã, sítios onde levar a mammy a papar. A coisa é tão esmagadora que, quem já não tem mãe, deve sentir-se excluído desta sociedade sorridente, que coloca a família em primeiro lugar e que, no seio dessa mesma família, comete os maiores crimes.

De tal modo a coisa é avassaladora, que li num jornal regional que já um grupo de jovens mulheres, cuja mãe lhes morreu quando eram miúdas, e que pretende formar um grupo de auto-ajuda para quem já não tem mãe! Only in América!…

Fizemos a única paragem do percurso de hoje, logo a seguir a Kingman. Comprámos mantimentos. Entre Seligman e Kingman, existe um troço de estrada que ainda pertence í  velha Route 66, que ligava Chicago a Santa Mónica, na Califórnia; tinha cerca de 4 mil quilómetros.

í€s 11h30, passámos do Arizona para o Nevada, atravessando o Colorado river, mais uma vez. Rodeado de deserto por todos os lados, o rio forma uma faixa de verde, que contrasta com o castanho dominante. Faz lembrar o Nilo.

No Nevada, o jogo é legal, portanto, logo do lado de lá do Colorado, já se vêem os casinos de Laughlin. Diz-se que os profissionais preferem esta cidade a Las Vegas porque, aqui, não há a distracção dos shows dos grandes casinos.

Para definir Las Vegas, teríamos que inventar novos adjectivos, mais poderosos que louca, esmagadora, frenética, enorme, histérica ou agorafóbica.

Chegámos por volta das 2 da tarde, com um calor abrasador, sufocante, daqueles que torna difícil o acto de respirar. Fomos almoçar ao Excalibur , que faz lembrar um castelo medieval da Walt Disney. Por coincidência, foi também aqui que jantámos, há dez anos.

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Depois de um bom almoço, tentámos ir ver o New York, New York, mas perdemo-nos, na imensidão do casino; virámos í  direita, em vez de virar í  esquerda, aquilo parece tudo igual, com as slot machines e as mesas de jogo por todo o lado e, quando saímos para a rua, estávamos no sítio errado. O calor era esmagador e não tínhamos água! Depois de algumas voltas, começámos a perceber a coisa e lá demos com a Strip. Pudemos, então, chegar junto do New York, New York, cuja fachada imita os principais edifícios de Manhattan (o Chrysler, o Empire State), a estátua da Liberdade, a ponte de Brooklyn e, como se não bastasse esta loucura toda, ainda existe uma montanha russa, que passa em frente do casino.

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Caminhámos um pouco pela Strip, fotografando o MGM e o Paris e fomos descansar um pouco.

E, í  noite, ganhámos 300 dólares nas slots do Circus Circus! Desta é que não estávamos í  espera!

Começámos por ficar especados mais de meia hora, em pé, junto ao Treasure Island, í  espera que começasse o show do casino. Em meia hora, centenas de pessoas juntaram-se para ver umas meninas pouco vestidas (as sereias) a desafiarem os piratas. Eles estão num galeão; elas, noutro. Tudo isto, num pequeno lago, em frente ao casino. Elas dançam, provocadoras, eles dão uns tiros de canhão, há umas explosões valentes, mas elas têm o vento do seu lado e o galeão dos piratas vai ao fundo. Quinze minutos de efeitos especiais ao vivo, tudo para chamar clientes para o casino. O espectáculo repete-se quatro vezes por dia!

Em seguida, passámos pelo The Venitian, que é o maior hotel-casino da actualidade, com seis mil quatros. É espantoso como estes malucos construíram uma pequena cidade, í  imagem de Veneza; está lá tudo: a Praça de S. Marcos, a ponte de Rialto, os canais, as gí´ndolas! Como dizem aqui: é igual a Veneza, mas mais limpo…

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Depois, foi a vez do Belaggio, outro casino recente, com um lobby todo florido e, í  frente, um show de música de efeitos de água. Mais í  frente, o Paris, com a torre Eiffel e o Arco do Triunfo.

Rumámos então a downtown Las Vegas, até í  Fremont Street. Foi aqui, no Golden Nugget, que ficámos uma noite, há 10 anos.

Chegámos a tempo de ver show de música e luzes animadas, que decorre, a certas horas, no tecto da rua. Este a que assistimos, transborda de patriotismo, com bandeiras, tambores, águias, stars and stripes e música inflamada.

Descemos, depois, a rua, fotografando os néons feéricos e vendo os vários cromos que actuam por ali: um cabeludo a tocar saxofone e um grupo de rock com um guitarrista para aí com 12 anos.

E regressámos ao Circus Circus, já perto das 10 da noite. Tínhamos apenas comido um hot dog, king size, a meias, antes do passeio. Por isso, fomos comer mais qualquer coisa e, depois, gastar algumas moedas nas slots.

Começámos hesitantes, com 10 dólares cada um, nas máquinas de 25 cêntimos. Trocámos mais uma nota de 5 dólares, mas aquilo não estava a dar grande gozo. í€s tantas, com 2 fichas de um dólar, ganhámos 250 dólares e, logo a seguir, mais 50! Assim, sem mais nem menos! Fomos trocar a massa í  Caixa e pirámo-nos para o quarto.

Percebo perfeitamente como isto se pode transformar num vício. Ora, se com cerca de 40 dólares, em menos de duas horas, já tens 300, por que não tentar transformar esses 300 em 1000?

Claro que ganhar 300 dólares nas slots não deve ser nada de especial mas, para nós, que fomos meter umas moedas, apenas pelo gozo de o fazer na capital mundial do jogo, este prémio teve um sabor especial.

Fomos para a cama já depois da meia-noite…

Lake Powell, Monument Valley, Grand Canyon, 13 de Maio

Deixámos o Bryce Canyon e vamos ao caminho do Grand Canyon. Serão 480 km. Pelo caminho, haveremos de tomar um avião para sobrevoar os canyons.

De manhã, depois do pequeno-almoço, ainda tirei umas fotos a uns carros abandonados, perdidos entre os arbustos.

Passámos junto ao Zion National Park, onde foram rodados muitos westerns. As montanhas erodidas e os arbustos rasteiros, fazem lembrar, de facto, as paisagens dos filmes de cowboys.

Paragem para chi-chi em Kanab, numa loja chamada Denny”™s Wigwam, onde comprámos mais alguns souvenirs e tirámos fotos no backyard, que está transformado numa minúscula cidade de cowboys: o saloon, a prisão, os banhos públicos, uma caravana – tudo isto fez parte dos cenários de diversas cobóiadas.

Acabámos de entrar no Arizona e voltámos a atrasar uma hora nos nossos relógios.

Um pouco mais í  frente, parámos junto ao Glen Canyon Dam. Nos anos 60, acabou a construção desta grande barragem no rio Colorado, da qual resultou o Powell Lake, o segundo maior lago artificial dos States. Passeámos sobre a ponte, podendo ver o estreito rio Colorado, no fundo do canyon, de um lado, e a barragem e o lago, do outro lado.

Parámos em Page, uma pequena cidade junto ao Glen Canyon Dam, que surgiu em 1957, na dependência da barragem. Não é mais que uma rua, mas tem 18 hotéis e um supermercado do tamanho de um Jumbo, e ainda um campo de golfe, o que não deixa de ser estranho, já que estamos em pleno deserto.

Preparamo-nos psicologicamente para o passeio de avião e a visita ao Monument Valley, na companhia dos navajos.

Quando as emoções são muitas, umas sobrepõem-se í s outras e, no fim, é difícil de dizer o que mais nos entusiasmou.

Ora bem: depois de comermos a nossa sandes, em Page, fomos até ao aeródromo e calhou-nos um Cessna de 10 lugares.

Que posso mais dizer, senão que foi um voo espectacular, por cima do Glen Canyon e do Lake Powell, até ao Monument Valley. Não houve muitos solavancos e o panorama era soberbo.

Ao longo do voo, um senhor com voz tranquila, ia debitando informações nos auscultadores, sobre uma música do fundo, vagamente mexicana.

Lá em baixo, o Lago Powell desenhava-se, como um puzzle, entre as rochas do canyon.

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Aterrámos no Monument Valley e, í  nossa espera, estava um navajo pouco falador, com uma carrinha de caixa aberta. Entrámos e o índio arrancou, a uma velocidade alucinante.

Já sabíamos que o Monument Valley faz parte da reserva dos navajos e que são eles que exploram a coisa, no que respeita ao turismo. O que nós não sabíamos é que os índios decidiram vingar-se dos caras-pálidas desta maneira: metem-nos naquelas carrinhas e abanam-nos, ao longo do vale. No fim da viagem, tinha o estí´mago na testa e a tiróide no tornozelo, tal foram os saltos que a carrinha deu, ao longo da viagem. Atravessámos o vale a grande velocidade, envoltos em poeira, já que a estrada era de terra batida e os saltos eram tantos, que não era possível fotografar coisa nenhuma.

Monument Valley ganhou este nome porque, aqui, as rochas avermelhadas adquiriam formas tais que parecem estátuas esculpidas por mão humana.

Foi nesta paisagem que foram realizados muitos westerns e basta olhar para estas rochas para nos lembrarmos de John Wayne, Montgomery Cliff e, até Clint Eastwood, embora este tenha filmado mais para os lados de Sevilha…

Então, o navajo levou-nos por ali fora, sempre a abrir e só parou junto a umas bancas de artesanato índio.Compreendi-te: first business, then pleasure

Ficámos ali cerca de meia hora, a comprar colares e pulseiras e só depois é que arrancámos para a visita propriamente dita. Parámos, primeiro, no John Ford Point, assim chamado porque foi ali que o referido realizador filmou muitas cenas. O índio deu-nos 10 minutos para fotografarmos As Três Irmãs, um conjunto de três rochas, em forma de chaminé, e que aparecem em 345 filmes de cowboys. Noutra direcção, outro spot ideal para filmes. E lá estava um cowboy, de camisa vermelha e chapéu branco, montado num cavalo, também branco, posando no horizonte, fazendo-se í  fotografia.

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E voltámos í  corrida louca.

Nova paragem, para vermos outras duas formações rochosas, a que chamam chaleiras. Mais umas fotos e ala que se faz tarde. E o navajo acelerou, em direcção ao aeródromo! O Monument Valley estava visto, na opinião do péle-vermelha – e quem éramos nós para discutir!

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Ainda ficámos por ali mais algum tempo, a admirar as rochas e regressámos ao avião.

Rumámos, então, para o Grand Canyon. Foi quase uma hora de voo, com alguma turbulência. A aproximação aérea ao Grand Canyon é um espectáculo. Depois de quilómetros de planalto, abre-se uma brecha na crosta terrestre. Primeiro, é mesmo só uma brecha mas, de repente, abre-se uma garganta e, no fundo, o Colorado, uma fita estreita, que duvidamos que seja o culpadodaquilo tudo.

Aterrámos sem sobressaltos, quatro horas depois de termos partido de Page.

E partimos para uma caminhada de 4,6 km, ao longo do South Rim do Grande Canyon. Pudemos recordar o que já tínhamos visto em 1996.

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E, finalmente, chegámos ao Quality Inn e saímos logo para jantar.

Estávamos esfomeados. Durante todo o dia, comemos, cada um, cinco bolachas e uma barrita de cereais.

Escolhemos um restaurante chamado Spaghetti Western. A decoração era dominada por motivos do Oeste, a comida e a música de fundo, era italiana; os empregados, eram mexicanos. Ok, estamos nos States…

Comemos um bife óptimo, precedido por uma garden salad, e regado com Budweiser. Fixe.

Bryce Canyon, 12 de Maio

E ás 8 da manhã, partimos, em direcção ao Bryce Canyon. Serão 483 km.

A média de idades da população do Utah é de 26 anos, o que quer dizer que os mórmons fazem muitos filhos (ou morrem muito novos?). Nas ruas, pudemos ver muitas famílias com 3 e 4 criancinhas pequenas. Os mórmons são os Santos do íšltimo Dia e, como são os escolhidos (eles, e não os Jeovás), irão para junto do Lord. Aí, terão que converter os seus antecessores, aqueles que viveram antes de Joseph Smith e que, por isso, não tiveram a oportunidade de conhecer a Verdade. É por esta razão que os mórmons estudam a genealogia e têm, na sua biblioteca, registos das gerações anteriores. É uma boa desculpa para construírem uma base de dados gigantesca.

Continuamos a atravessar o imenso deserto do Utah, um Estado com cerca de 500 por 400 km e custa a crer que isto era um deserto, transformado num vale verdejante, graças í s abelhinhas mórmons e aos seus sistemas de irrigação.

Por volta da uma da tarde, entrámos no Bryce Canyon National Park. E as rochas vermelhas parecem dar as boas vindas, formando uma espécie de portão de entrada.

Um pouco í  frente, duas rochas esculpidas pela erosão, são comparadas ao saleiro e ao pimenteiro.

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O Bryce Canyon já está no papo! No papo e nas pernas, já que descemos até ao fundo (cerca de mil metros) e, claro está, depois subimos. Ao todo, foram cerca de 5,5 km de caminhada por um trilho que desce, a partir do Sunrise Point, até ao fundo do canyon, segue depois durante algumas centenas de metros e torna a subir, até ao Sunset Point.

Que posso dizer do Bryce Canyon, a não ser que é algo de único, com as suas rochas avermelhadas, de formas estranhas, tudo fruto da erosão provocada pela chuva, pelos ventos e pelo gelo. O Bryce não é um verdadeiro canyon, já que não passa aqui nenhum rio. Todo este conjunto de rochas estranhas, faziam parte, tal como as Badlands, do fundo de um mar interior que, entretanto, desapareceu. A erosão fez o resto.

Vimos o Bryce Canyon de diversos pontos e, depois, iniciámos a descida, que acabou por ser pior que a subida, por ser mais íngreme. O trilho está desenhado em caracol, proporcionando excelentes escorregadelas e formidáveis tombos.

Quando se chega ao fundo do canyon e se olha para cima, o espectáculo das colunas rochosas, erguendo-se para o céu, o contraste entre o ocre da rocha e o azul do céu, os pinheiros descomunais, que nascem nos sítios mais incríveis e crescem por ali acima, o cheiro, o silêncio, tudo isso nos maravilha.

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O almoço foi no Ruby”™s Inn, uma estalagem aqui instalada desde 1912. Foi caro demais para a qualidade. A noite vai ser no Bryce View Inn, que fica do outro lado da estrada, e que é um conjunto de quartos, alinhados em dois andares, ao estilo dos móteis de estrada.

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