Deixem-se de porcarias!

Imaginem um homem e uma mulher que se casam pela igreja e que, afanosamente, tentam fazer um filho, fornicando quase todos os dias.

A Igreja católica abençoa-os.

Crescei e multiplicai, é a palavra do Senhor.

Ao domingo, depois de uma semana de intenso fornicanço, o casal vai í  missa e comunga.

Tudo normal.

Mas eis que os meses passam, os anos passam e nada de criancinhas, por mais que o casal fornique.

As coisas começam a correr mal entre o homem e a mulher.

Separam-se.

Divorciam-se.

Algum tempo depois, um deles conhece outra pessoa.

Decidem casar mas, como são muito católicos, não fornicam sem, primeiro, ir pedir a opinião ao padre.

O padre socorre-se do documento do Cardeal Patriarca, D. Manuel Clemente, recentemente divulgado (confirmar aqui) e avisa-os:

“Podeis casar mas não podeis foder!…”

E comungar? – pergunta o casal, ansioso…

“Hum… se vos portardes bem… mas nada de fornicanço!…”

O casal entreolha-se e pergunta: e sexo anal? e sexo oral? e sexo manual?

O padre, aflito, vasculha o documento de D. Manuel Clemente.

Contém seis alíneas, mas nenhuma fala em sexo oral, anal ou manual – só em continência!

O padre encolhe os ombros e diz: “Olha, seja o que Deus quiser!”

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Guerras de pernil e manjerona

A refeição típica do Natal dos venezuelanos é o pernil.

Por si só, isto já é estranho.

A Venezuela importa pernil de Portugal.

Isto é ainda mais estranho.

Que a Venezuela tenha importado, no ano passado, 14 mil toneladas de pernil de porco português, é estranhíssimo!

Que Nicolas Maduro não tenha pago o pernil todo, isso já é normal.

Mas cuidado: Maduro é perigoso e talvez não valha a pena começar uma guerra por causa de uma parte do porco que tem tão pouco para comer!

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25 Sempre!

Em outubro de 1973 houve eleições para a Assembleia Nacional.

Concorreram a Acção Nacional Popular (ANP) e… a Acção Nacional Popular.

A Comissão Democrática Eleitoral (CDE), que congregava diversas forças da Oposição, desistiu antes do acto eleitoral, considerando que as eleições não eram democráticas.

Foi o último acto eleitoral antes do 25 de Abril de 1974, a última farsa permitida pelo sardónico Marcelo Caetano, que tinha prometido uma abertura democrática, que nunca aconteceu. No entanto, alguma liberdade de imprensa foi permitida, durante a campanha eleitoral.

Foi graças a essa ténue abertura, que foi possível publicar, no suplemento Fim de Semana do jornal República, estas pequenas “piadas”, sobre as eleições, a que chamámos “O Maumento Eleitoral” (claro que a ANP era a Lista A… e não havia mais nenhuma lista candidata…; três das curtas cenas foram ilustradas por um tipo que assinava Patrício e que, sinceramente, nunca conheci pessoalmente…)

Tudo isto parece um pouco patético e até infantil, mas era a única maneira de passar pelas malhas da censura e, digo-vos muito sinceramente, na altura fiquei espantado como aquele suplemento do República veio a público.

O Maumento Eleitoral

1º Voto

Um cavalheiro entra numa loja:

– Bom dia, eleições?

– Não temos.

2º Voto

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3º Voto

Em frente í  urna. um cidadão:

– Eu vinha votar, mas posso ter a certeza de que o sigilo do meu voto será mantido?

– Certamente! Passe para cá o seu voto na Lista A!

 

4º Voto

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5º Voto

– Já contaram os votos do Barreiro?

– Não. As urnas foram a enterrar!

 

 

 

 

 

 

 

 

6º Voto

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A carta do Costa

Vamos lá rever a matéria.

O Presidente Cavaco podia ter antecipado as eleições para Junho para evitar a confusão, mas achou que não valia a pena porque estudou todos os cenários possíveis e já sabia o que tinha que fazer.

As eleições foram em Outubro, a coligação PSD/CDS ganhou mas os partidos de esquerda tiveram mais deputados.

Isto deixou o Cavaco í  brocha, porque ele tinha estudado todos os cenários, menos este.

Com efeito, o Presidente tinha previsto a vitória do PSD, ou a vitória do PSD ou, no máximo, a vitória do PSD. E sempre com maioria absoluta ou, pelo menos, com maioria absoluta.

Restava a hipótese de nomear António Costa, mas Cavaco não iria fazer isso sem, primeiro, ter a certeza que Costa não queria sair da Nato.

Como se sabe, Cavaco adora a Nato e a Nato não sobrevive sem a ajuda de Portugal, por isso, que se lixem os salários, que se lixem as reformas – temos é que preservar a Nato.

Então, Cavaco exigiu que Costa respondesse a seis questões fundamentais, antes de o indignar, perdão, indigitar para primeiro-ministro.

Costa respondeu em poucas horas, com uma carta, cujo conteúdo não foi revelado, mas que diz o seguinte:

Caro Aníbal:

Espero que esta carta te encontre bem, assim como a todos os teus. A Maria tem passado bem? E os netinhos? Já fizeram a árvore de Natal? E já têm uma lista de prendas? Era bom que fizessem uma lista porque cada vez é mais difícil arranjar prendas para vos dar – vocês têm tudo!

Nós, aqui pelo Rato, temos passado bem. O Sócrates lá continua a fazer almoços de desagravo, muito zangado com a justiça. Quem está muito contente é o João Soares, porque já lhe prometi o ministério da Cultura, caso faças a fineza de me indigitar. Já agora, se decidires indigitar-me, faz o favor de o fazer antes de sexta-feira porque já tinha planeado um fim de semana em família e não me dava jeito nenhum tomar posse nessa altura.

Além disso, o Jerónimo já prometeu que te oferece uma assinatura do Avante até morreres!

Onomatopeias presidenciais

Tudo começou com o PAF – sigla de Portugal í  Frente.

pafQuando os cérebros do PSD e do CDS se lembraram de cunhar a sua coligação com esta sigla, todos nos lembrámos do Astérix e do Obélix a dar estaladas nos romanos – e era impossível não pensar que Passos e Portas estavam, de certo modo, a dar-nos umas estaladinhas na cara, como quem dizia “ainda não estás farto de austeridade, meu tolo? Toma lá mais uma! PAF! PAF!”.

O PAF passou í  história, já que vencendo, perdeu as eleições, mas chegou agora o SNAP.

snapSNAP é a sigla de Sampaio da Nóvoa í  Presidência.

Assim, como um estalar dos dedos, entrámos na era das onomatopeias eleitorais.

O professor universitário e o seu director de campanha deviam estar os dois muito ralados, sem saberem como dar a volta í s sondagens, cada vez mais desfavoráveis, até que tiveram esta ideia brilhante.

Ainda pensaram em CROINK ou ZUNK, mas acabaram por se decidir por SNAP!

Agora, são os outro candidatos que estão í  nora.

Que onomatopeia escolher?

Maria de Belém í  Presidência daria MBAP, que é difícil de pronunciar.

Também Marcelo Rebelo de Sousa a Belém, seria MRSB. Muito mau!

165932025Mas temos muitas í  escolha.

Por exemplo, para a candidatura de Maria de Belém, poderíamos escolher BANG – Belém A Nossa Garina, e Marcelo poderia escolher BAM – Bora Anda Marcelo!

Aquele velhote simpático, que se chama Henrique Neto, podia escolher CRUNCH porque soa bem.

Assim, no boletim de voto, figurariam as candidaturas de BAM, BANG, SNAP e CRUNCH.

Seria bem divertido, sobretudo depois do triste Cavaco ter feito KABOOM!