Longe vão os tempos em que o primeiro-ministro Cavaco Silva afirmava, convicto, que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas.
Essas duas características – juntamente com o facto de nunca ler jornais – constituíam os super-poderes de Cavaco.
Foram esses super-poderes que convenceram o povo e que o levaram a eleger Cavaco como Presidente de todos os portugueses.
E agora, a propósito de uma coisa de nada, de uma colecção de arte moderna ou lá o que é, uma verdadeira mariquice, eis que Cavaco tem dúvidas!
Diz o Presidente: “o diploma suscita dúvidas, principalmente no que refere í distribuição de poderes entre o Estado e o coleccionador” (Joe Berardo).
Ora, se Cavaco tem dúvidas numa questão tão comezinha, o que acontecerá, por exemplo, quando Portugal tiver que tomar uma decisão mais importante, como, por exemplo, declarar guerra ao Hezbollah ou demitir Laurentino Dias por não acreditar na inocência de Nuno Assis, no caso do dopping?
Pior: se Cavaco já tem dúvidas, não tarda nada, está-se a enganar!
Dias negros esperam a nossa querida nação!
Eu não me enganava nem tinha dúvidas que este senhor que passou a duvidar em breve se passará a enganar.
E aqueles que não tiveram dúvidas ao não se enganarem na cruzinha, porão em breve em causa as suas certezas ao constatarem o tamanho do seu erro.