Está a decorrer em Glasgow, a 26ª COP (Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Alterações Climáticas).
Na sessão de abertura estavam lá quase todos, de Joe Biden a Angela Merkel, de Trudeau a Modi, passando por Guterres, Boris Jonhson, Macron e muitos outros. Até lá estava o sempre adiado rei da Grã-Bretanha, o príncipe Charles.
Faltaram, no entanto, três dos maiores poluidores do planeta, o Xi, o Bolsonaro e o Putin.
Estavam ocupados a cortar umas árvores ou a queimar um pouco de carvão.
Ontem, parece que os conferencistas chegaram a dois acordos importantes.
Segundo o primeiro acordo, os signatários comprometem-se a “…travar e reverter a desflorestação e degradação dos solos até 2030″.
Aplausos.
Até o Putin e o Bolsonaro se comprometeram a cumprir este acordo.
Ora, sabendo que, em 2014, os mesmos signatários acordaram, na Declaração de Nova Iorque, em cortar para metade a perda de área florestal até 2020 e que, no entanto, actualmente, se desfloresta o dobro do que se floresta ““ em 2030, que é já daqui a nove anos, será ainda mais difícil encontrar uma sombra na floresta.
O segundo acordo chama-se Compromisso Global do Metano e foi impulsionado por Biden.
Os signatários comprometem-se a reduzir em 30% as suas emissões de metano. Mais de 100 países assinaram este compromisso, incluindo Portugal, embora não tenham assinado a China, a Índia e a Rússia, três dos maiores emissores de metano.
Parece que o metano é responsável por 0,5 graus no aquecimento global e, em Portugal, são as vacas criadas para o consumo de carne que lideram as emissões de metano (certificar aqui).
Dizem os especialistas que o tempo de vida média do metano na atmosfera é de 12 anos.
Quer dizer, uma vaca descuida-se hoje, ali no Alandroal, e só em 2034 o efeito se dissipa!
Nos próximos dias, todas as atenções estão viradas para Glasgow, mas, a avaliar pela reacção de alguns dos presentes, os trabalhos da COP não têm sido lá muito interessantes…