Chicago 18

Chicago 18

Chicago Transity Authority iniciaram-se em 1969, com um duplo álbum que fez furor, por várias razões: não era habitual, naqueles tempos, uma banda iniciar-se logo com um duplo-álbum, assim como não era habitual, as bandas terem seis ou sete elementos, juntarem sopros í s guitarras e darem um tom “jazístico” ao rock (outro exemplo foram os Blood, Sweat & Tears).

Também neste caso, a culpa foi dos Beatles.

Segundo reza a história, Walter Parazaider (nasceu em 1945), Lee Loughnane (1946) e James Pankow (1947), todos estudantes de música, encontravam-se com músicos autodidactas, como o guitarrista Terry Kath (1946-1978) e o baterista Danny Seraphine (1948) nos bares de Chicago e tocavam de tudo, desde R&B até música irlandesa. Até que os Beatles lançaram o álbum Revolver e, no tema “Got to get you into my life”, utilizaram uma secção de metais. A partir daí, aquele grupo de músicos de Chicago, arranjou mais dois elementos (um deles, o piroso Peter Cetera) e formaram os Chicago Transity Authority, com uma forte secção de metais a apoiar as guitarras e com a particularidade de terem três vocalistas.

Ora, com a tesão própria dos vinte anos, os seus três primeiros discos foram todos duplos. E esgotaram-se. A partir daí, Cetera tomou conta da ocorrência e passou a ser o líder da banda, para além de se tornar o principal vocalista e compositor. Uma desgraça. Depois de Chicago III, todos os restantes álbuns da banda têm sido dominados por vozinhas em falsete, arranjos para elevador de hotel de luxo, melodias melosas e bocejantes. E, no entanto, dizem as estatísticas que, depois dos Beach Boys, os Chicago são a banda norte-americana com mais discos vendidos.

chicago18.jpgA única curiosidade deste Chicago 18 (editado em 1986) reside no facto da banda ter pegado numa poderosa canção rock, “25 or 6 to 4” e fazer dela uma merda absoluta. É que um tipo não se admirava se fosse qualquer outro grupo piroso a fazer uma versão pateta da canção… agora, ser a banda a estragar o que ela própria fez, 15 anos antes, não tem desculpa.

Aliás, todo o disco é inaudível. Como diria o Paulo Fernando: “este disco é intocável – mas, felizmente, não é inquebrável!”

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