Segundo o folheto distribuído antes do concerto, Chico Buarque editou 43 álbuns, fora as inúmeras colectâneas.
São centenas (milhares?) de canções, quase todas pequenas pérolas da música popular. Se nos pedissem para escolher trinta destas canções para o concerto, muito provavelmente, cada um de nós escolheria um alinhamento diferente.
Por isso, é natural que a expectativa de cada espectador, antes do concerto, fosse diferente. Alguns gostariam que Chico cantasse “Construção”, outros prefeririam “Meus Caros Amigos”, “Apesar de Você”, “Vai passar”, etc, etc.
Chico, claro que optou pelas canções do novo álbum, “Carioca”, e juntou-lhe mais cerca de vinte temas, quase todos dos últimos 20 anos. Nada dos anos 60/70, a não ser o pouco conhecido “Mabembe”, de 1972. O tema mais antigo, daqueles que são mais populares, foi “Morena de Angola”, de 1980.
Não importa. O concerto foi muito bom e, durante duas horas, não dei pelo tempo passar.
Alguns dos pontos altos: “Imagina”, “Mil perdões”, “Ela é dançarina”, “Eu te amo”, “Grande Hotel”. E, claro, todo o “encore”, que incluiu o emocional “Tanto Mar”.
Acompanhado por dois percussionistas, um baixo, piano, sintetizador, saxofone/flauta e um excelente violão, Chico mostrou estar em forma, aos 60 anos e, como ele próprio disse, ter prazer em cantar.
Fui ver ao coliseu do Porto, confesso que estava í espera de um concerto mais revivalista, mas ainda bem que a escolha dele não foi essa.
Adoro ver como vcs portugueses, conhecem e gostam da cultura e dos artistas brasileiros. Obrigada!