Foi muito agradável rever a primeira série de 8 episódios de Columbo que foi uma das séries televisivas de culto, dos anos 70 do século passado.
Peter Falk criou um personagem único, que das fraquezas fazia forças. O seu aspecto insignificante e desleixado, com a gabardina sempre amarrotada e acanhada, os sapatos empoeirados, a gravata í banda, o olho de vidro e o eterno charuto ao canto da boca, enganava os assassinos. Por trás dessa figura, tínhamos um misto de dedução de Sherlock Holmes, células cinzentas de Poirot e matreirice de Miss Marple.
A série baseava-se nesta excelente personagem e no seu contraste com os ambientes da classe alta de Los Angeles, as suas grandes mansões e os seus crimes sofisticados. Na primeira parte do episódio, era-nos mostrado como o assassino cometia o seu crime, arranjava o seu álibi e tentava esconder as provas. Na segunda parte, Columbo aparecia e ia massacrando o criminoso, até o apanhar em falso.
Claro que, se o CSI já existisse, cada cenário de crime de Columbo, seria um paraíso de provas. Mas, naqueles tempos, não havia ADN, nem luzes especiais para detectar manchas de esperma, nem maneira de saber a quem pertencia aquele cabelo minúsculo. Também não havia computadores, muito menos, telemóveis.
Por trás de cada argumento, a mão de Steven Bocho que, depois, se tornaria famoso com Hill Street Blues.
Uma curiosidade: o primeiro episódio, datado de 1971, foi realizado por um rapazinho chamado Steven Spielberg.