Rever Columbo é fazer uma viagem no tempo.
Recuamos até 1971 e recordamos as modas de então, as calças í boca de sino, as mini-saias, os penteados, os interiores modernaços das casas mas, sobretudo, os espadas!
Que lindos que eram os carros americanos, no fim dos anos sessenta, princípio dos anos setenta. Desnecessariamente enormes! A mala dava para esconder dois ou três cadáveres de americanos grandes. O motor ficava a nadar dentro do compartimento da frente, onde quase cabia um Fiat 600.
Peter Falk inventou um boneco muito bom. Columbo tinha diversas características que o definiam: o charuto sempre na mão e quase sempre apagado, a gabardina amarrotada e encardida, as botas, com muito uso e pó a mais, o fato cor de salmão, acanhado e o carro, contrastando com todos os outros, um Peugeot 403 cabriolet, de 1959, com um motor ruidoso e o ar de quem já percorreu muitos quilómetros.
A série tinha dois grandes trunfos: Peter Falk, claro, e o facto de cada episódio começar sempre com a perpetração do crime e assistirmos, depois, í desmontagem dos í libis quase perfeitos, graças í perspicácia insuspeitada de Columbo, í s suas perguntas como-quem-não-quer-a-coisa e ao facto de os criminosos menosprezarem o detective, baseados na sua aparência desleixada.
Uma série de 5 estrelas, mesmo 30 anos depois.