Sentado numa nuvem, o Criador estava em pleno acto de criação.
Começou pelos animais com guelras e barbatanas. Conseguiam nadar. Chamou-lhes peixes.
E ficou satisfeito.
A seguir, criou os que tinham penas e asas e conseguiam voar. Chamou-lhes aves. E ficou ainda mais satisfeito.
Depois de ter criado os animais da água e os do ar, faltavam os da terra.
Deu-lhes patas fortes, capazes de correr ou matar e chamou-lhes mamíferos. E ficou satisfeito, embora menos.
Nos tempos livres, criou insectos e gastrópodes e anuros e outros seres inferiores.
Cansado, decidiu divertir-se e criou mamíferos com asas e outros com barbatanas, criou aves que não conseguiam voar, mas que corriam velozes, e peixes sem asas, capazes de voar.
No sétimo dia da criação, o Criador sentou-se noutra nuvem e sentiu que estava sem imaginação.
Foi quando criou o homem.