Passos & Moedas decidiram organizar uma conferência aberta í sociedade civil, destinada a discutir a reforma do Estado.
A senhora que organizou a conferência, a mando de Passos & Moedas, disse, na sessão de abertura (a única que podia ser filmada/gravada), que é preciso “criar condições para um debate aberto, livre, profundo, participado e construtivo”.
Por isso mesmo, a organização impí´s, como regra, que os jornalistas, embora possam assistir í s sessões da conferência, não podem gravar sons nem imagens, nem usar citações sem autorização dos oradores.
A maioria dos jornalistas presentes, abandonou a sala.
Não percebo porquê.
Haverá lá debate mais aberto, livre, profundo, participado e construtivo do que ficarmos a falar sozinhos?
Não é verdade que, quanto mais aberto se é, mais fechado se fica?
E quanto mais livre nos julgamos, mais presos estamos?
E quanto mais profundo se afirma, mais superficial se parece?
E quanto mais participado se pretende, mais isolado se acaba?
E quanto mais construtivo se quer, mais destrutivo se é?
Passos aprendeu isso na Interforma.
Moedas descobriu isso ao ler o relatório do FMI, o tal que ele acha “muito bem feito”.
E quanto a nós, que elegemos estas criaturas, queixamo-nos de quê?
E que quanto mais reformado o estado ficar,mais subsídios lhe serão cortados?