Em Itália, uma Associação de médicos sugeriu que a televisão deixasse de transmitir as séries sobre médicos (ER, Scrubs, House e Grey’s Anatomy). Razão: ao verem as referidas séries, as pessoas são levadas a pensar que é fácil fazer uma traqueostomia com um canivete e uma caneta Bic, ou uma cesariana com uma tesoura da poda.
Penso que os médicos italianos são um pouco exagerados, mas percebo o seu ponto de vista. Os médicos do ER, por exemplo, são capazes dos malabarismos mais virtuosos – embora sejam incapazes de levar uma vida amorosa estável, por exemplo.
Estas duas séries do ER, de 2002 a 2005, têm episódios que provocam algum bocejo porque os argumentistas cederam í facilidade da telenovela: Kerry descobre a sua mãe biológica, o filho de Carter morre í nascença, o Kovac não consegue manter a pila dentro das calças. É seca.
Tudo isto acontece em qualquer das outras séries. O que distingue o ER das restantes séries são os grandes acidentes com politraumatizados, os esfaqueados, os membros dos gangs cheios de balas.
E o ER ainda consegue ter alguns bons episódios, como o último da 11ª série, que deixa água na boca para a série seguinte, apesar do abandono do “velho” John Carter – o ER mudou muito com a “morte” do Dr. Greene; será que sobrevive í saída de Carter?