“Escritos Pornográficos”, de Boris Vian

—O que não terá feito Boris Vian, na sua curta vida de 39 anos? Um livro com receitas de cozinha? Ou como podar arbustos? Ou mezinhas caseiras para curar a gripe?

Se o tivesse feito, alguém o teria publicado, certamente.

Este pequeno livro, de capa muito dura, para enformar, contém um Prólogo de sete páginas, da autoria de Noel Arnaud, Notas sobre os textos (mais 6 páginas), referências Bio-Bibliográficas (mais 4 páginas), ilustrações de Pedro Vieira (mais 7 páginas) e, propriamente da autoria de Boris Vian, 48 páginas, 26 das quais pertencendo a uma espécie de conferência, intitulada “Utilidade de uma literatura pornográfica”, e que é um texto com muito pouco interesse e que poderia ter continuado na gaveta.

Os restantes textos de Vian incluídos nesta colectânea, têm, também eles muito pouco interesse e Vian tê-los-á inscrito porque sim. São eles: “Liberdade”, “Durante o Congresso”, “As Fufas”, “A Marcha do Pepino”, “A Missa em João Menor” e “Drencula, excertos do diário de David Benson”, o único texto que poderá ser considerado “pornográfico” e que tem alguma graça.

Gosto muito do Boris Vian, mas senti-me enganado ao dar 17 euros por este livrinho da Guerra e Paz, que poderia surgir como “extra” numa qualquer reedição do “Outono em Pequim”.

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