A Comunicação Social, em peso, está rendida a Passos Coelho ou, melhor dizendo, aos interesses que ele representa.
Tudo o que o homem diz ou faz, tudo o que o seu governo decide, todas os movimentos dos seus ministros – tudo é bem interpretado, tudo é bom, tudo é adequado, tudo é responsável.
Teixeira dos Santos era um cara de pau. O novo ministro das Finanças, aquele com uma camisa dois números acima, é um gajo divertido! Chamou Lopes ao Honório Novo, do PCP e, depois, ripostou “Novo sou eu!”, e logo todos os jornalistas se ajoelharam e o veneraram pelo seu humor. Temos um ministro das Finanças que diz piadas!
O ílvaro da Economia, também continua na senda do humorismo, comparando a economia ao futebol. E pergunta: de que serve ter um bom treinador, se o guarda-redes deixa entrar frangos? E esclarece, logo a seguir, que não é do Benfica. Engraçadinho, não?
As medidas socráticas do PEC IV eram más. As medidas da troika são poucas e ainda é preciso sacar parte do subsídio de natal. Sócrates era aldrabão, Passos Coelho é ponderado.
Sócrates prometeu não aumentar impostos e, assim que subiu ao poder, aumentou o IVA. Era um mentiroso!
Passos Coelho afirmou que, se tivesse que aumentar impostos, seria sempre os de consumo e nunca os do rendimento de trabalho. Assim que subiu ao poder, cria uma taxa extraordinária de IRS. É um político equilibrado…
E até o tom monocórdico e chato do primeiro debate parlamentar deste governo foi louvado na coluna daquele jornalista azougado, Ricardo Costa, por oposição ao tom conflituoso dos debates em que Sócrates participava.
Conflito é mau, pasmaceira é bom.
Levado ao colo desta maneira, o novo governo só não cumpre o programa do FMI por pura incompetência.
Essa do benfica foi bem metida.