Decidi ler o livro antes de ver o filme. Quando vejo o filme primeiro, fico com pouca vontade de ler o livro. Regra geral.
Gostei muito do outro livro que li de McCarthy, “A Estrada”. Considerei-o, mesmo, um dos melhores livros dos últimos tempos. Por isso, fiquei um pouco desiludido com este “No Country For Old Men”, publicado em 2005.
É um livro árido, com uma história muito simples, violência a rodos e um xerife que gosta de filosofar. Há páginas inteiras de diálogos, aparentemente desnecessários, fazendo lembrar os diálogos de “Pulp Fiction”
Exemplo:
“Arrombas cofres, é?
Se eu arrombo cofres?
Isso.
Como é que essa ideia te passou pela cabeça?
Não sei. És um arrombador de cofres ou não?
Não.
Bom, alguma coisa tens de ser. Certo?
Toda a gente é alguma coisa.
Alguma vez estiveste na Califórnia?
Sim. Já estive na Califórnia. Tenho um irmão a viver lá.
E ele gosta daquilo?
Não sei. Vive lá.
Mas tu não eras capaz de lá viver, pois não?
Não.
Achas que é para lá que eu devo ir?”
E assim sucessivamente. Gosto destes diálogos mas, í s tantas, farta um bocado. Outra técnica que McCarthy usa e abusa, neste livro, é a da utilização da conjunção copulativa.
Exemplo:
“Pí´s a mão em concha e varreu o troco de cima do balcão para a palma da outra mão e guardou as moedas no bolso e deu meia volta e dirigiu-se para a porta.”
Até parece que McCarthy estava já a pensar no argumento para um filme…
Entre “ler” o filme ou “ver” o livro venha o demo e escolha. Mau…mau…mau…
Abraço