O PSD conseguiu que o Parlamento aprovasse uma lei que cria um novo crime: o crime do enriquecimento ilícito.
Quer dizer que, a partir de agora, todo aquele que fique rico í custa da trapaça, da fuga aos impostos, dos compadrios políticos, do roubo, da especulação fraudulenta, negócios sujos, lenocínio, tráfico de droga e/ou de influências, etc – passa a ser um criminoso.
Acho mal.
Esses gajos deviam até ser incentivados pelo Estado!
Com efeito, os tipos que enriquecem ilicitamente deviam ter direito a receber um Rendimento Máximo Garantido, que lhes permitisse passar a viver í vontade, sem precisarem de continuar a cometer ilegalidades e, assim, terem tempo e disponibilidade para organizarem palestras, jornadas, congressos, onde nos ensinassem como enriquecer ilicitamente.
Até nas escolas, em vez da palermice da educação sexual, devia haver uma cadeira de enriquecimento ilícito para preparar os nossos jovens para o futuro – já que trabalhar, pagar impostos e ser honesto, nunca enriqueceu ninguém.
Será que um tipo que nasceu lá nas berças, comprou o primeiro par de sapatos quando foi para a instrução primária, aderiu a uma juventude partidária aos 16 anos, foi eleito deputado aos 24, nomeado secretário de Estado aos 32, ministro aos 40 e, agora, aos 50 anos, é administrador de uma empresa pública, vive em Cascais, tem uma casa no Algarve e dois Audis, é um criminoso?
Nesse caso, o PSD que se ponha a pau porque acaba por mandar grande parte dos seus militantes mais destacados para a cadeia.
MAIS UMA:
“Gente fina é outra coisa”:
«No âmbito do Caso CTT, o Ministério Público acusou 16 pessoas de gestão danosa, branqueamento, participação económica em negócio e outros crimes. Em português: acusou-os de corrupção. Em causa, a venda de dois edifícios, um em Lisboa, outro em Coimbra. Prejuízo: 13,5 milhões de euros.
Um desses 16 arguidos chama-se Carlos Horta e Costa. Foi secretário-geral do PSD durante a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa. Foi nomeado presidente dos CTT em 2002, por decisão de Durão Barroso. Mas como, ao contrário de Armando Vara, Carlos Horta e Costa não nasceu em Vilar de Ossos, nem foi caixa de banco, nem almoça (I Presume!) com sucateiros, os media tratam-no como deviam tratar toda a gente: com respeito. Nada contra.
Lembrar a quem não se lembra: os edifícios em pauta foram vendidos sem concurso público, por decisão de Manuela Ferreira Leite, então ministra das Finanças. O de Lisboa estava avaliado em 20 milhões de euros, mas foi vendido por 12,5 milhões (o governo de Barroso queria receitas extraordinárias); o de Coimbra, que se vê na imagem, estava avaliado em 28,4 milhões de euros quando foi vendido duas vezes no mesmo dia: de manhã por 14,8 milhões, í tarde por 20 milhões. Quem denunciou a banhada foi o advogado António Marinho Pinto.
in http://jumento.blogspot.com/