Gregory House está mais ácido, nesta 2ª série, mais politicamente incorrecto, mais egocêntrico, mais insuportável, mais zangado com o mundo, mais solitário – pior da perna, literalmente.
Os temas de cada episódio são, nesta 2ª série, ainda mais raros e até um pouco inverosímeis, como o caso do síndrome de Erdheim-Chester que, ainda por cima, está mal apresentado. De facto, este síndroma raríssimo é apresentado, na série, como tendo início súbito, o que é falso e, no fim do episódio, House manda os seus discípulos administrarem o respectivo tratamento, que não existe. Além disso, a situação do doente agrava-se quando lhe é administrado o interferão, que é uma das poucas coisas que, de facto, melhoram a situação destes doentes. Finalmente, o doente em causa é uma criança, enquanto a idade média de aparecimento de Erdheim-Chester é aos 50 anos.
Claro que eu também não sabia nada disto. Os argumentistas de House devem ir ao Livro das Doenças Esquisitas procurar inspiração, o que não tem mal nenhum, já que o interesse da série se centra na personagem do House; os doentes e as suas doenças são meros elementos decorativos.
Acrescente-se que a legendagem tem erros crassos, com frequência irritante; “kidney” é traduzido por fígado, “hipotyroidism” é traduzido por hipertiroidismo e outras barbaridades.
Apesar de tudo isto, House continua a ser uma das melhores séries de tv desta nova vaga norte-americana.