Não estava com vontade de escrever sobre o assunto. Há alturas que olho para a vida política nacional e a única coisa que me sai é um bocejo monumental.
Antes de partir para férias, o Menezes tinha-se tornado o novo líder do PSD. Quando regressei, o Sr. Lopes tinha sido nomeado líder parlamentar do seu partido.
Era motivo para chacota nacional, mas já nem achei graça.
Depois, os jornalistas ficaram histéricos com a aproximação do primeiro debate parlamentar que colocaria, frente a frente, Sócrates e Santana – só deus sabe porquê e, como é público, tenho muitas dúvidas que deus saiba sequer onde fica Portugal.
Lia os jornais, via as televisões e era sempre a mesma conversa: grande excitação antes do duelo, será que Sócrates vence Santana, será que Santana vai cilindrar Sócrates?
Que bocejo!
Parece que o debate foi uma merda. Como tem sido habitual, Sócrates trazia no bolso alguns trunfos (vacina contra o cancro do colo do útero gratuita, por exemplo), Santana não estudou os dossiers e vitimizou-se, culpou Vítor Constâncio, Jorge Sampaio, Jaime Gama, Fernão de Magalhães e Cristóvão Colombo pelo fracasso do seu glorioso governo. Depois, no final, fez uma espécie de flah interview, como se estivesse na Champions League, e teceu alguns comentários sobre a contenda, que só tinha duas balas e Sócrates tinha seis ou sete, que o presidente da Assembleia não o deixou falar – enfim, a culpa foi do árbitro. É o costume…
Nos dias seguintes, não houve jornal que não publicasse uma crónica sobre o grande duelo que, afinal, tinha sido um fiasco.
Uma tristeza de política – uma pobreza jornalística.
Ah! é verdade… na Assembleia da República, estava em discussão o Orçamento Geral de Estado para 2008.
Coisas sem importância…
Quanto é que estes gajos chulam mesmo ao povinho para andar ali??