É muito raro deixar um  livro a meio, mas aconteceu com este.
Não foi devido í qualidade da história que, até onde aguentei (página 93), não era grande coisa, mas podia ainda estar a aquecer.
O problema foi a tradução, atribuída a Nuno Castro, mas que mais parece uma daqueles traduções automáticas do Google.
Quando, na página 41, encontrei isto:
“- Muito me temo que desta vez sim”
E, mais abaixo:
“- Muito me temo que não”
…pensei que podia ser uma brincadeira. “I’m affraid not” traduzido por “muito me temo que não”?
Mas fui percebendo que era mesmo assim, porque o erro se repete várias vezes!
Fui ignorando outros erros crassos porque, como já disse, não gosto de deixar um livro a meio, mas a coisa foi-se avolumando.
Na página 58, uma das personagens pergunta ao protagonista se tinha bebido muitas cervejas na noite anterior; ele responde que terá bebido sete ou oito, e ela pergunta:
“- Pintas de cerveja?”
Pintas de cerveja?! Mas que raio é isso? Será “pints”?… muito me temo que sim...
Na página 85, deparo-me com isto:
“A sua gravata de seda com nó de Windsor condizia imerolhavelmente com a camisa de cor creme”.
Este neologismo, “imerolhavelmente”, não faço ideia do que seja!
Cada vez com mais dificuldade, fui avançando no livro mas, ao chegar í página 93 fartei-me.
Foi nessa página que encontrei isto:
“Que te parece, querida? Acho que só há cerveja e sidra, a menos que queiras prosseguir e procurar um estabelecimento adjacenta”.
Desisti.
Esta trampa pertence í chamada Biblioteca Sábado, uma colecção de meia dúzia de livros que acompanhavam a revista Sábado, há meia dúzia de anos.
Uma vergonha!
Foi pena porque adorei este livro ! Já o li há uns anos por isso os rudes erros da tradução esfumaram-se, mas lembro-me de me fartar de rir com algumas passagens do livro. No começo achei o livro aborrecido mas depois comecei a perceber o personagem e não me arrependo de ter continuado a minha leitura.