Nick Hornby escreveu um livro muito bem conseguido, chamado “Alta Fidelidade” (1995), que foi adaptado ao cinema, com a realização feliz de Stephen Frears e a interpretação inspirada de Jonh Cusack.
E isso chegava para que Hornby tivesse o seu quinhão no “hall of fame” dos escritores populares.
Os restantes livros de Hornby são muito menos interessantes e deixam pouca marca (“Era Uma Vez Um Rapaz” (1998), “Como Ser Bom” (2002), “Um Grande Salto” (2005) e “Slam” (2008).
Este “Juliet Nua” é, talvez, o menos interessante de todos.
Conta-nos a história de Duncan e Annie, um casal inglês, quarentão, que vive uma vida triste, rotineira e sem filhos, numa terrinha igualmente triste e sensaborona. Ela é conservadora do desinteressante museu local e ele é professor, tendo como único interesse na vida a figura de um obscuro músico rock dos anos 80, o norte-americano Tucker Crowe.
Este último, depois de lançar o álbum que seria o melhor da sua carreira, chamado “Juliet”, retira-se para parte incerta e nunca mais dá sinal de vida.
Depois de algumas peripécias, Tucker acaba na cama de Annie, mas só por uma noite. Ou talvez não.
A história é curta, praticamente não há personagens secundárias nem histórias paralelas e a escrita de Hornby, que se quer coloquial, acaba por se tornar enfadonha e, por vezes, difícil de seguir – e a culpa não deve ser da tradução.
Bom para se ler no aeroporto (o que não foi o caso…)