Um sessentão rezingão e mulherengo, Remy, está na fase terminal de um cancro, num quarto de um hospital de Montréal. A sua ex-mulher pede ajuda ao filho de ambos, um jovem homem de negócios com pouco em comum com o pai.
O filho é um tipo ambicioso e rígido, cumpridor das regras do jogo; o pai é um ex-esquerdista, que foi adepto de todas as modas políticas, que bebeu, fumou e fodeu sem grande tino. Aparentemente, pouco têm a dizer um ao outro, mas a aproximação da morte do pai, faz com que ambos acabem por se aproximar também.
Para além de diálogos muito divertidos e inteligentes, o filme mostra-nos o aparente caos em que vivem os hospitais do Canadá. Nunca imaginei que pudesse ser assim tão parecido com os hospitais portugueses. Sempre pensei que o Canadá, como país inventado que é, tivesse um bom serviço de saúde.
O filme faz também uma feroz crítica aos sindicatos, aos quais é preciso subornar para se obter o que se devia ter direito.
Finalmente, o filme faz um apelo indirecto í eutanásia, já que Remy acaba por morrer com uma overdose de heróina, ministrada por uma das suas amigas.
O filme ganhou o óscar por melhor filme estrangeiro em 2004.