Quem diria que o piroso cowboy dos western-spaghetti se iria transformar numa realizador de culto, cada vez mais do agrado dos críticos europeus…
Juro que sempre gostei do velho Clint, mesmo quando o gajo provocava os “bad guys”, dizendo «make my day» e, depois, os matava sem dó nem piedade. Continuei a gostar dele, como cowboy, como sargento de ferro e até como artista de circo falhado (nos filmes da série Bronco Billy). Mas agora, o homem é um mestre.
Este filme, para além de um ritmo narrativo muito diferente do que é habitual nos filmes de guerra realizados por norte-americanos, tem também a particularidade de nos mostrar a guerra do lado dos japoneses. Em “Letters from Iwo Jima”, os heróis são os japoneses, o que não é nada habitual para um filme “made in Hollywood”. Â
O filme narra a defesa daquela pequena ilha vulcânica que, supostamente, seria arrasada pela aviação e pela marinha americanas em três tempos, mas que, graças ao heroísmo dos soldados chefiados pelo general Kuribayashi, resistiu 40 dias.
Formalmente (ritmo, fotografia, montagem), pareceu-me exemplar.