A ideia é boa: um avião despenha-se, algures numa ilha do Pacífico, entre Sydney e Los Angeles. Sobrevivem cerca de 40 passageiros: um cirurgião atormentado pela morte do pai, alcoólico, uma foragida da justiça, gira demais para ser assassina, um ex-soldado do exército do Iraque, que seguia em busca da sua amada, um paraplégico que gostaria de ser super-herói e que, depois do acidente, começa a andar, um membro de uma banda pop, viciado em heroína, um casal de coreanos, uma jovem grávida em fim de tempo, um gordo que ganhou a lotaria, dois falsos irmãos, um cowboy í procura do assassino dos seus pais, um negro e o seu filho.
Com todo este material, era só entrançar as histórias e dar, í ilha, um toque de mistério: estará deserta? quem poderá viver para lá da selva que bordeja a praia?
Misturando uma espécie de Robinson Crusoe da era moderna com a ideia de um “reality show”, os criadores de “Lost” conseguem prender a atenção dos espectadores, de episódio para episódio, embora o nível de cada um seja muito variável. Por vezes, a narrativa, em “flash back”, das histórias de cada uma das personagens é um pouco lamecha e recheada de estereótipos.
Da nova vaga de séries televisivas norte-americanas, esta não é, certamente, a minha preferida, mas não deixa de ser um bom entretenimento.
Aguardo pela 2ª série, esperando que os argumentistas tenham uma boa e racional explicação para todos os mistérios da ilha.