Partimos em direcção a San Francisco. Serão 400 km, pela Highway 101. O dia está nublado, com 93% de humidade. Doem-me os joelhos.
“Adopte a higway” – ao longo das auto-estradas, vimos este sinal várias vezes. Então, os americanos podem “adoptar” um pedaço da estrada, ficando responsáveis pela manutenção e limpeza desse pedaço. Habitualmente, é um hotel, uma loja, um restaurante, uma escola ou uma igreja, que adoptam uns quantos quilómetros; em troca, têm direito ao seu nome, inscrito numa placa, junto í estrada. Mas qualquer cidadão o pode fazer e, depois, paga a alguém para fazer a manutenção daqueles quilómetros, ou limpa-a ele mesmo. Mais um exemplo da boa iniciativa privada.
Em Santa Bárbara, vimos outro exemplo: no passeio, junto a cada palmeira, uma placa com o nome da pessoa ou instituição que “ofereceu” aquela árvore í cidade.
Depois de uma curta paragem em Kingcity, chegámos a Monterey, a tal cidade que vivia í custa das conservas de sardinha. Parece que, em 1946, houve uma súbita mudança na temperatura das águas do Pacífico e as sardinhas mudaram-se para outras paragens. A cidade mergulhou no desemprego e na depressão. John Steinbeck, aproveitou para escrever “Cannery Row”. Agora, todas as fábricas de conservas foram transformadas em lojas e restaurantes. Aqui está uma boa ideia para a Maria Emília transformar Cacilhas…
Descemos í praia e fotografámos leões-marinhos deitados sobre os rochedos, deliciando-se coma água gelada do Pacífico.
Percorremos, depois, parte da extensa baía de Monterey, podendo ver uma bonita costa, com rochedos salpicados de gaivotas, bandos de patos, em formação, voando numa e noutra direcção, como grupos excursionistas apressados, mais alguns pelicanos e leões-marinhos.
Junto í costa, milhões de flores de um roxo intenso, contrastavam com o cinzento do céu. Deve ser bom viver nesta região.
Almoçámos em Carmel, um hambúrguer delicioso, com uma fatia de quiejo, duas tiras de bacon, batatas fritas, tomate, cebola e alface. Como é costume, too much food.
Carmel é uma cidade muito simpática, só com casinhas de um só piso, muito bonitas, com jardins floridos í volta. As casas não têm número – têm nome. Não há néons, iluminação pública, semáforos ou cartazes publicitários, o que torna a localidade ainda mais tranquila. Descendo a Ocean Street, que é a rua principal, chegamos í praia. Aqui, o oceano estava zangado, com grandes ondas.
Chegámos a San Francisco por volta das 17h e fomos até í Golden Gate Bridge.
Oficialmente, o percurso estava concluído.
From Chicago to Golden Gate – 5 585 km!