O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, disse, numa intervenção no Fórum Europa – Tribuna Galícia, a decorrer em Vigo, o seguinte:
«Se não conseguirmos uma ligação decente, a integração na Euroregião torna-se mais difícil porque o que há agora não é nada, e isso é um problema».
Só que a agência Servimedia, ao serviço do El Mundo, traduziu “não é nada” por “mierda”.
O gabinete de comunicação da Câmara do Porto, apressou-se a esclarecer que, além de Rui Rio «nunca ter utilizado tal expressão – nem durante a intervenção, nem durante a conversa que manteve com os jornalistas no final da sessão – a palavra mierda, em Portugal, é considerada um palavrão, jamais utilizado por uma figura pública, ainda para mais durante um ato público».
É mentira, claro.
Antecedentes, há muitos.
E podia citar o antigo primeiro-ministro, almirante Pinheiro de Azevedo que, sitiado, no Parlamento, por uma multidão de manifestantes, gritou: «Bardamerda para o socialismo!”.
Podia, também, citar alguns dos nossos ilustres deputados que, publicamente, se insultam e se mandam, uns aos outros, para lugares pouco recomendáveis (certificar este texto de 2009).
Claro que Rui Rio, como bom tripeiro que é, podia muito bem dizer mierda em público – e muito pior.
Mas não disse.
Em resumo: a Servimédia fez Servimierda.