Vejo os telejornais e pergunto-me: onde ficará aquele país? Egito? Nunca ouvi falar!
Mas depois reparo no canto superior do écran e topo com outra palavra que desconheço: “Direto”.
Direto?!
O que é que isso quer dizer?
E o jornal, de repente, fica ilegível.
“Atualmente, é um fato político que qualquer ato público que seja objeto dos mais singulares adjetivos, apenas serve para faturar dividendos que se anteveem lucrativos.»
O quê?!
Já não sei escrever, já não sei ler e vai-me custar muito separar-me daquelas consoantes quase mudas, mas que fazem toda a diferença.
Se calhar é melhor começarmos a escrever Ispanha, Fransa, Mussambic, e outros que tais… afinal é assim que se pronuncia, perdão.,, prununssia!
Para já não falar no agá – essa consoante preguiçosa que nunca se pronuncia quando está sozinha…E ficaria: oje, ibernar, otel, ospital, álito, etc
Dr Coiso,
Em Portugal um fato não é nem nunca será um facto.
Entretanto para quem não gosta de mudanças na nossa sacrossanta língua sugiro a leitura da edição de 1901 de “A Cidade e as Serras” http://www.gutenberg.org/files/18220/18220-h/18220-h.htm
Que o seu Coiso (salvo seja!) continue ativo por muitos anos.
Sim, eu sei… também li o Eça todo… e pharmácia agora é farmácia, mas custa í gente habituar-se…
Eu simplesmente me pergunto, como se chamará um cidadão de tal país? Egicio? É que se a grafia portuguesa era rica em cosoantes mudas, agora é rica em cosoantes fantasma – Não estão escritas mas pronunciam-se!
Tais consoantes são como os mortos inscritos nos boletins de eleitor aquando do acto eleitoral – Não foram lá, mas votaram.
Não, um cidadão do Egito chamar-se, quase de certeza, Abdul.
O acordo prevê a queda das consoantes mudas, mas em “facto” e “Egipto” elas não são mudas!
E quem são os habitantes do Egito? os Egicios?
Aquela capa do Expresso é vergonhosa…
É sim senhor: como é que ainda há alguém que queira comprar aquele clube?!
Eu só não percebo a necessidade de um acordo ortográfico. Para quê? Estamos a falar de países soberanos que embora tenham uma língua comum têm grafias e fonemas diferentes (pronúncia)! Se no Brasil querem escrever facto como fato, isso é lá com eles! Para que é que nos vamos meter!
Que eu saiba não existe acordo ortográfico algum entre os países de língua inglesa e eles dão-se muito bem com isso!
Se em vez de andarmos preocupados com problemas de lana caprina tentássemos realmente resolver os problemas reais do país, fazíamos melhor.
… e por mim já chega de acordo ortográfico (excepto se for para criar uns artigos humorísticos nas páginas do Coiso, claro).