Segundo o DN de hoje, citando a Lusa, o Instituto Nacional de Investigação e Tecnologia Aplicada da Guiné-Bissau está encerrado desde a passada quarta-feita, por causa de Nene Cá, uma empregada de limpeza que tem dois anos e sete meses de salários em atraso.
Depois de ter falado com “vários ministros e vários directores-gerais” e sabendo que “se for í justiça ainda levo mais tempo e se calhar ainda acabo presa”, Nene Cá decidiu recorrer ao irã da sua aldeia e colocou-o í porta do INITA.
A notícia esclarece que o irã é uma divindade da mitologia africana, que supostamente tem poderes sobre-naturais e, assim colocado í porta do Instituto, nenhum funcionário se atreve a entrar, com medo das represálias.
A polícia tentou demover Nene Cá, mas ela explicou que não pode tirar o irã da porta do INITA porque lhe prometeu “um porco e aguardente” e, como tem salários em atraso, não tem dinheiro para comprar estas oferendas.
Ora aqui está uma boa ideia para a malta da CGTP e da UGT.
A greve está definitivamente fora de moda. Ainda na passada sexta-feira houve uma greve da Função Pública e ninguém deu por ela.
Seguindo o exemplo de Nene Cá, os sindicatos podiam colocar estatuetas da nossa senhora de Fátima, que supostamente também tem poderes sobre-naturais, í porta do patronato, ameaçando só as tirar de lá depois de serem satisfeitas as suas reivindicações.
Com todas as medidas preconizadas pelo FMI, é natural que o Carvalho da Silva esteja já a preparar várias manifes, avenida da Liberdade abaixo.
Com a colocação estratégica de imagens da nossa senhora í porta dos governantes, poupavam-se as solas dos sapatos dos trabalhadores, poupava-se o ruído que as manifes fazem e o lixo que fica sempre nas bermas da estrada.
Pensem nisso. A sério.