Hoje, í s 8 da matina, o pároco de Cacilhas virou-se para o acólito e disse:
– Vamos lá acordar esses hereges!
Seguiram-se 15 minutos de foguetório.
É que hoje, aqui em Cacilhas, celebra-se o dia em que a Nossa Senhora fez com que o maremoto fosse para o lado de lá do Tejo e matasse milhares de alfacinhas, em vez de vir para o lado de cá, arrasar os cacilhenses.
Isso foi em 1755, mas os católicos não esquecem essas coisas. Por isso, todos os anos, no primeiro dia de Novembro, há uma festa religiosa que consiste em acordar a malta toda com foguetes, logo í s 8 da manhã.
Acho que, depois dos foguetes, é capaz de haver uma missa e tenho quase a certeza de que há uma procissão – mas, para mim, o que me interessa são os foguetes.
Que divertimento pode haver em atirar ao ar uma cana que, chegando lá acima, explode?
E qual será o objectivo do pároco de Cacilhas, ao organizar esta alvorada com 15 minutos de explosões? Espírito bélico? Pura maldade? Obra do demónio?
Os foguetes não devem servir para acordar quem queira participar nas festividades porque, quem acorda ao som dos foguetes só pode exclamar “cabrão do padre! Se ele enfiasse mas era os foguetes num sítio que eu cá sei!”
Cá na Póvoa de Santa Iria atiraram foguetes e tocou o sino da igreja mas foi í s 18h…. eh eh
hehehe…
Na minha opinião o padre é malandro e faz de propósito.
Já estou a imaginar um daqueles balõezinhos de BD com a frase:
“Não vens í missa nem í procissão, também não dormes!”
Seria bem pior!
Imagina que, no lugar de foguetes lá em cima, rebentavam padres e priores!
Se há coisa que sempre me irritou, é a celebração com foguetes das festas de freguesias e paróquias, que nada resolvem de importante a não ser trazer í rua os fatos “domingueiros” e que incomodam quem quer dormir em dias de suposto descanso.
Gostei muito de te ler. Fica bem!