O título original é “Vernon God Little”. Tem um subtítulo, em português: “Uma farsa do século XXI, em presença da morte”
Ganhou o Booker Prize e o Whitbread Award, em 2003.
E foi apenas por isso que me sacrifiquei a ler o livro até ao fim, sempre í espera, em vão, de uma qualquer revelação.
O livro está dividido em três actos. O primeiro acto chama-se “Houve merda”, e esta palavra surge inúmeras vezes, ao longo de todo o texto.
Vernon Little é um jovem de 17 anos, que vive numa pequena cidade do Texas, chamada Martírio. Parece que aconteceu uma daquelas tragédias semelhantes a Columbine. Um, ou mais, alunos da escola local, assassinou um número indeterminado de colegas e, em seguida, talvez se tenha suicidado.
Little é um dos suspeitos. O outro, chama-se Jesus e suicidou-se mesmo.
O presidente do júri do Booker Prize, John Carey, terá dito que esta é “uma fulgurante comédia negra que reflecte o nosso temor, mas também o nosso fascínio pela América moderna”.
Talvez.
Eu acho que é um texto desgarrado, uma caricatura demasiado grosseira da América dos reallity shows, tão grosseira que transforma um fenómeno sério (a atracção pelas armas e as chacinas nas escolas) numa anedota de gosto duvidoso.