Esta história é tão inacreditável que me sinto obrigado a fazer uma declaração solene.
E essa declaração é: o que eu vou contar é verdade!
O Conselho Superior de Magistratura decidiu aposentar compulsivamente um juiz da Covilhã que, para além de ter centenas de processos em atraso, ainda tinha o desplante de usar termos menos próprios, em pleno tribunal.
Por exemplo, segundo o Boletim do Conselho, o juiz teria dito, no final de um julgamento, “está absolvida a ré fofinha”.
Ora, não é aceitável que um juiz classifique de “fofinha” qualquer ré, por mais jeitosa que seja.
Se a ré for feiosa, malpronta, desajeitada, será que o juiz diria: “está absolvida o estafermo da ré”?
Ou ainda: será que o juiz absolveu a ré por ela ser fofinha?
Em resumo: fez muito bem, o Conselho Superior de Magistratura, em reformar compulsivamente o dito juiz.
Ou não?
O Público hoje revela que, afinal, o que o juiz disse foi: “foi absolvida a ré Fofinha”.
E, neste caso, o éfe capital, é importantíssimo.
É que a ré era, com efeito, uma empresa – Fofinha – Fios e Tecidos, Ld.
Portugal no seu melhor!…
E já agora, sabe-se qual foi o motivo evocado pelo Conselho Superior de Magistratura ao reformar compulsivamente o juiz?
Foi um conjunto de razões, tanto quanto se percebe pela notícia: atrasos nos processos (teria 304 em atraso), má conduta em tribunal, etc.
Não é possível. Diz-me que não é, efectivamente verdade. Eu li a notícia no Público, dizia que o juíz tinha tratado uma ré por “fofinha”. Não consigo acreditar que um jornalista tenha escrito tal notícia quando a verdade é que a ré em questão era uma empresa chamada Fofinha, Lda.
Diz lá: tem ou não tem graça? São coisas destas que dão cor ao nosso dia-a-dia…