Foi no dia 1 de novembro de 1999 que O Coiso penetrou na net.
Nessa altura, era uma página praticamente feita í mão, que pode ser consultada no Velho Coiso.
Com mais de 2400 posts, O Coiso vai resistindo, embora com menos vigor.
Noutra altura, aproveitaria a actual crise política para escrever textos a propósito, mas, sinceramente, falta-me a paciência.
Que dizer, por exemplo, da agonia do CDS?
Quando era jornalista, fui destacado para a conferência de imprensa em que foi feito o anúncio da fundação desse partido centrista, com a presença de Freitas do Amaral. Foi em julho de 1974 e, nessa altura, ninguém era de direita.
Depois, a pouco e pouco, o Centro Democrático Social, foi resvalando para a direita, se é que alguma vez foi do centro.
Já lhe chamaram o partido do táxi, porque todos os seus deputados cabiam num. Qualquer dia, passará a ser o partido da trotinete, com o Chiquinho ao volante.
E que dizer do professor Marcelo que, de tanto querer que o Orçamento fosse aprovado, começou logo a empurrar todos para eleições antecipadas?
Com estupefacção, vimos o presidente sair do Palácio de Belém e dirigir-se a uma caixa multibanco para pagar uma conta, com os jornalistas a correrem atrás dele.
Será que o homem desconhece a página online do seu Banco?
E que dizer do PSD, o habitual saco de gatos que nunca consegue uma liderança estável?
Procurem na net: são 18 presidentes em 47 anos, o que dá uma média de 2,6 anos para cada presidente. Ora, sabendo que Rui Rio é presidente desde fevereiro de 2018, podemos declarar que o homem já ultrapassou a barreira do som, com 3 anos e 9 meses í frente do PSD.
Mas o PSD range por todos os lados, a começar pelo lado do Rangel, que poderá vir a ser o 19º presidente e teremos que levar com a sua voz metálica e absolutamente irritante durante, pelos menos, mais 2 anos e 6 meses, até que apareça outro presidente.
E que dizer dos partidos de esquerda?
Desses ainda me apetece falar menos.
O PS ora é considerado um partido de esquerda, ora é o principal alvo do PCP e do Bloco.
O PCP decidiu voltar í s origens.
O Bloco talvez esperasse que o PC se abstivesse.
De qualquer maneira, não se entenderam e, agora, culpam-se uns aos outros, mas, o que é certo, é que a porta ficou escancarada para a direita.
Esperemos que a direita não dê com a porta…
Nota – O Coiso foi um jornal completamente desmiolado que se publicou durante 12 semanas, em 1975; era impresso no velho jornal República e tinha, entre os seus criadores e colaboradores, eu próprio, o ílvaro Belo Marques, o Ruy Lemus, o José António Pinheiro, o Carlos Barradas e o velho Mário-Henrique Leiria.
Muitos parabéns ao Coiso e ao seu autor. Apesar de os coisos estarem fora de moda (o que está a dar são as coisas sociais) continuo a gostar d’O Coiso.