Depois do 25 de Abril, Portugal sofreu duas grandes crises económicas e ambas estão ligadas a primeiros-ministros socialistas e a problemas de pronúncia.
Nos anos 80 do século passado, Mário Soares, que falava um francês tão típico, que se tornou anedótico, foi obrigado a retirar o 13º mês aos funcionários públicos, para diminuir a despesa pública.
Foram os tempos do franciú e do mon-ami-miterã.
Agora, é Sócrates que está aflito com o endividamento do país. O “rating” – ou seja-lá-o-que-for – está a lixar o orçamento, mas Sócrates também tem culpas no cartório: ninguém percebe o que ele diz, naquelas entrevistas que dá em Espanha.
São os tempos do portuí±ol e do mi-amiego-zapatero.
Entretanto, vocês já repararam que a comunicação social está a fazer ao Passos Coelho o mesmo que fez ao Sócrates há 6-7 anos: está a levá-lo ao colo até ao lugar de primeiro-ministro.
Passos Coelho é sempre mostrado com ar solene, a dizer coisas sérias e definitivas e sublinhando o seu cadastro (ainda) limpo.
Talvez tenha chegado a hora de começarem os boatos: que o Passos é disléxico, trissexual ou, até, que é mesmo o Anhuca, mas sem o nariz vermelho e com a gravata.